As duas chacinas que ocorreram num intervalo de sete dias em Marabá, este mês, podem estar ligadas. E a motivação para as seis mortes – incluindo de dois inocentes – seria uma disputa entre facções rivais pelo tráfico de drogas no Núcleo São Félix, palco das execuções. A afirmação foi feita pelo delegado Vinícius Cardoso das Neves, superintendente regional de Polícia Civil em Marabá.
“A principal linha de investigação sugere que as duas chacinas foram motivadas por uma disputa territorial entre organizações criminosas rivais”, reafirma o policial, ao explicar que dois dos mortos na primeira chacina pertenciam a uma facção, enquanto dois da segunda eram integrantes de outra.
No primeiro caso, ocorrido dia 14 deste mês no São Félix II, os alvos dos criminosos eram Carlos Henrique Santos da Silva, de 24 anos, e Murilo Gabriel de Oliveira Batista, de 19. Eles foram executados dentro de uma casa na Rua Santo Antônio, que servia com ponto de venda de drogas. O crime foi cometido por três homens que chegaram de carro ao local.
Leia mais:No local também estava o adolescente Hudson de Jesus Barros, de apenas 16 anos, que seria apenas vizinho dos traficantes e acabou sendo morto por queima de arquivo. Ou seja, “estava no lugar e na hora errados”, explicou delegado Vinícius.
Quanto ao segundo crime, no Residencial Magalhães II, ocorrido em 21 deste mês, os mortos Darley da Silva Soares e Wesley Pageú do Carmo pertenciam a uma facção rival e eram o alvo de dois pistoleiros, que chegaram e fugiram a pé.
Já a dona de casa, Kécia Conceição dos Reis, proprietária do imóvel, que também foi executada, era inocente e apenas teria acolhido os criminosos em casa a pedido a mãe de um deles, sem saber que se tratava de traficantes. Eles haviam chegado de São Geraldo do Araguaia e iriam ficar apenas dois dias na casa dela, pois teriam um compromisso em Ourilândia do Norte. Mas foram executados, assim como Kécia. Na mesma ocasião, duas crianças, de 7 e 11 anos, também foram baleadas, uma delas com um tiro no rosto, mas felizmente não correm risco de morte.
Todos os casos são investigados pelo Departamento de Homicídios da Polícia Civil, mas até o momento ninguém foi preso. Segundo o delegado Vinícius, a investigação em relação ao primeiro caso já está bastante adiantada, mas os detalhes não podem ser repassados à Imprensa, por enquanto, sob pena de atrapalhar o trabalho policial. (Thays Araujo e Chagas Filho)