Mais de 70 líderes mundiais celebraram neste domingo (11) em Paris o centenário do armistício que selou o fim dos combates entre potências ocidentais e o Império Alemão na Primeira Guerra Mundial.
As celebrações foram realizadas no Arco do Triunfo. Entre os presentes estavam o americano Donald Trump, a alemã Angela Merkel, o russo Vladimir Putin, o turco Recep Tayyip Erdogan, além do francês Emmanuel Macron.
Em seu discurso como mestre de cerimônias, Macron falou que a visão da França como nação generosa e “portadora de valores universais” é o “oposto do nacionalismo”, que só cuida de si mesmo. “O nacionalismo é uma traição ao patriotismo”, disse Macron.
Leia mais:O presidente francês pediu a seus colegas que rejeitem “o fascínio pela retirada, pela violência e pela dominação”.
“Juntos, podemos evitar as ameaças do aquecimento global e a destruição do meio ambiente, a pobreza, a fome, as doenças, as desigualdades, a ignorância”, reforçou.
A cerimônia homenageou os soldados que lutaram nos combates e lembrou os mortos na Grande Guerra, entre 1914 e 1918. Estima-se que o conflito deixou 10 milhões de mortos, incluindo soldados e civis.
Estudantes leram depoimentos de soldados que participaram dos combates e o presidente francês reacendeu simbolicamente a chama do monumento que lembra os soldados desconhecidos mortos no conflito.
A maioria dos líderes percorreu a pé, debaixo de chuva, alguns metros na avenida Champs Élysées para chegar ao Arco do Triunfo. Chegaram separadamente, e um pouco mais tarde, Trump e Putin.
Também estão previstos um almoço no Palácio de Versalhes e a abertura do Fórum da Paz, um evento que vai durar três dias e que será simbolicamente aberto pela chanceler alemã, Angela Merkel.
No encontro, líderes mundiais, representantes de ONGS e associações, discutirão principalmente a questão do multilateralismo, fragilizado nos últimos meses pela política americana, que privilegia os acordos bilaterais. Trump não participará da reunião.
Em Londres, a data foi lembrada em uma cerimônia no Cenotáfio, monumento em homenagem aos mortos da Primeira Guerra. Participaram a rainha Elizabeth e a premiê Theresa May, entre outras autoridades.
No Vaticano, o Papa Francisco afirmou que a lembrança da Primeira Guerra Mundial deve ser “para sempre” uma “severa chamada” para “investir na paz”.
“Digamos com força: Invistam na paz, não na guerra!”, exclamou Francisco desde a janela do Palácio Apostólico diante dos fiéis que escutavam na Praça de São Pedro, depois de realizar orações pelas vítimas “daquela enorme tragédia”.
Ato em Compiègne
Neste sábado, Macron e Merkel participaram de uma breve cerimônia em Compiègne, ao norte de Paris. Foi nessa cidade que foi assinado, em um vagão de trem, em 1918, o armistício entre as potências ocidentais e o Império Alemão.
Macron e Merkel inauguraram uma nova placa na clareira de Rethondes que reafirma o “valor da reconciliação franco-alemã a serviço da Europa e da paz”.
Mais de três milhões de franceses e alemães estiveram entre os mortos. Boa parte das batalhas mais duras foram nas trincheiras no norte da França e na Bélgica.