Correio de Carajás

Caso Samaritano: Polícia conclui inquérito e autua agente do DETRAN por feminicídio

A Polícia Civil de Parauapebas concluiu o inquérito sobre a morte da comerciária Dayse Dyana Sousa e Silva e autuou o companheiro dela, o agente do DETRAN, Diógenes Samaritano da Silva, por feminicídio, com base no Artigo 12, Parágrafo 2º, Inciso VI do Código Penal Brasileiro (CPB). Com isso, o acusado pode pegar até 30 anos de cadeia caso seja condenado.

A informação foi trazida pelo advogado Ricardo Moura, que atua como assistente de acusação no caso. Ele estava acompanhado de Wilma Lemos, mãe da vítima. O crime aconteceu na cidade de Parauapebas na manhã do dia 31 do mês passado.

Segundo Ricardo, o inquérito já foi encaminhado ao Poder Judiciário, que, por sua vez, já remeteu ao Ministério Público, para o possível oferecimento de denúncia. “Nosso temor era que a polícia capitulasse como homicídio qualificado e não como feminicídio. Ainda bem que ele (o delegado) entendeu que os fatos têm a ver com questão de gênero”, observa o advogado.

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Por outro lado, o temor da família da vítima é que, em algum momento durante o processo, o acusado consiga responder ao crime em liberdade. Inclusive, essa possibilidade chegou a ser ventilada em redes sociais, mas nada neste sentido foi confirmado judicialmente.

Também ouvida pelo CORREIO, Wilma Lemos diz que ficou desesperada só de pensar que isso poderia acontecer. “Imagina um homem desses solto, o que ele vai fazer?”, questiona, temendo pela segurança dela e de sua família, pois Diógenes ameaçava a família de Dayse, segundo denunciou a própria vítima em processo movido contra o acusado. “Isso tem me deixado noites sem dormir”, comenta.

Wilma Lemos, que é professora e também advogada, entende que a morte da filha dela precisa servir de marco para que esse tipo de violência contra as mulheres tenha um basta. “Peço que o Judiciário esteja alerta para qualquer tipo de manobra desse indivíduo e de outros que fazem o mesmo com as mulheres”, observa.

Ainda de acordo com o advogado Ricardo Moura, uma junta de 10 advogados de Marabá e Parauapebas está atuando na assistência da acusação. A ideia é trabalhar de forma efetiva e contínua para que o caso não caia no esquecimento. “Nós estamos com esperança de que no mais tarar até semana que vem o Ministério Público apresente a denúncia e o juiz já despache a determinando a citação do Diógenes para que apresente sua defesa”, aposta. Leia mais na edição do Jornal CORREIO amanhã (Chagas Filho)