O novo laudo do Instituto Médico-Legal (IML) do Rio de Janeiro confirmou que a publicitária Juliana Marins, de 26 anos, morreu em decorrência de múltiplos traumas causados por uma queda de altura durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia.
A causa imediata da morte foi hemorragia interna provocada por lesões poliviscerais e politraumatismo, compatíveis com impacto de alta energia.
O documento, elaborado após nova autópsia no Brasil, indica que Juliana sobreviveu por um curto período após o impacto — entre 10 e 15 minutos — mas sem condições de reagir ou se locomover.
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O estado do corpo, já embalsamado, comprometeu parte das análises, como a estimativa do horário da morte e a verificação de sinais clínicos mais sutis.
Perguntas e respostas sobre o novo laudo:
1. Qual foi a causa da morte de Juliana Marins?
A causa foi hemorragia interna provocada por múltiplas lesões traumáticas, incluindo fraturas na pelve, tórax e crânio, compatíveis com uma queda de grande altura.
2. Juliana morreu imediatamente após a queda?
Não. O laudo estima que ela sobreviveu entre 10 e 15 minutos após o impacto, mas sem condições de se mover ou pedir ajuda.
O laudo indica a possibilidade de ter havido um período de agonia antes da queda, gerando sofrimento físico e psíquico.
3. Foi possível determinar o horário exato da morte?
Pela polícia brasileira, não. O corpo chegou ao Brasil embalsamado, o que prejudicou a análise de temperatura corporal, rigidez cadavérica e outros indicadores.
O RJ2, porém, obteve o laudo da autópsia da Polícia Civil do RJ. Apesar de afirmar não ter sido possível calcular a data da morte, o documento, porém, detalha o que apontou o primeiro exame, feito na Indonésia.
Segundo o laudo, Juliana morreu entre 1h15 do dia 23 de junho e 1h15 do dia 24. O acidente foi na manhã do dia 21, e o corpo foi encontrado na noite do dia 24.
4. Há indícios de que Juliana sofreu antes de morrer?
Sim. O laudo aponta a possibilidade de um período agônico, com sofrimento físico e psíquico, antes da morte efetiva.
5. A ausência de socorro imediato contribuiu para a morte?
O laudo não conseguiu concluir se o resgate tardio foi decisivo para o óbito, devido à falta de informações sobre a dinâmica do acidente.
Os peritos ressaltaram que era preciso esclarecer quantos episódios decorreram do acidente para uma conclusão precisa.
6. O laudo indica que houve violência sexual, agressão de terceiros ou tortura?
Não foram encontrados sinais físicos de violência sexual. A pesquisa de espermatozoides foi negativa, mas exames genéticos ainda estão em andamento.
Não foram encontradas lesões que pudessem indicar agressão de terceiros, contenção física ou tortura física.
7. O corpo apresentava sinais de desnutrição ou uso de drogas?
Não. Não foram identificados sinais de desnutrição, fadiga intensa ou uso de substâncias ilícitas. Apenas a presença do antidepressivo venlafaxina foi detectada.
8. O local da queda foi analisado?
Não. A perícia brasileira não teve acesso ao local onde o corpo foi encontrado, o que limitou a análise da dinâmica da queda.
9. Há sinais de que o corpo foi arrastado após a queda?
Sim. Foram observadas marcas compatíveis com tentativas de locomoção ou arrasto, possivelmente causadas pela inclinação do terreno onde Juliana foi encontrada.
No entanto, pela gravidade dos ferimentos, a vítima não estaria em condições de reagir ou se locomover eficazmente após o impacto.
10. Há divergência entre o laudo do IML brasileiro e a autópsia da Indonésia em relação a causa da morte de Juliana?
Não. Ambos os documentos apontam que a causa da morte foi politraumatismo decorrente de queda de altura, com lesões internas graves e hemorragia. As conclusões são compatíveis e reforçam a hipótese de impacto de alta energia.
O IML brasileiro afirmou que todos os segmentos do corpo foram comprometidos, enquanto a autópsia indonésia destacou fraturas no tórax, ombro, coluna e coxa.
Pedido na Justiça
A realização de uma nova perícia foi um pedido da família para a Justiça brasileira. Além da Polícia Civil, um perito particular acompanhou os procedimentos. O corpo inicialmente seria cremado, mas a família optou por preservá-lo para uma nova perícia.
(Fonte:G1)