Moradores do Projeto de Assentamento Lago Azul, zona rural de Nova Ipixuna, ainda estão perplexos e indignados com o assassinato ocorrido na madrugada de domingo (21). Raí de Souza Melo executou o dono da chácara em que trabalhava como seleiro, Ulisses Felizardo da Cunha, de 78 anos. De acordo com pessoas que moram na vila e também familiares do morto, o crime foi cometido para roubar o carro da vítima, um Classic.
Ulisses Felizardo, que é um dos moradores mais antigos da região de Nova Ipixuna e Morada Nova, foi sepultado nesta segunda-feira (22), no Cemitério de Murumuru.
A reportagem do CORREIO conversou com o 2º sargento Gladison, comandante do Posto Policial Destacado (PPD), responsável pela prisão do acusado. Ele disse que o criminoso apresentou, inicialmente, uma versão de que o crime ocorreu durante bebedeira envolvendo o acusado, a vítima e outras pessoas, mas logo essa versão foi desmentida.
Leia mais:De acordo com familiares da vítima e moradores da localidade, Raí aproveitou o momento em que a vítima estava dormindo, entrou na casa e usou um machado para golpear o idoso, de forma covarde, e depois fugiu no carro da vítima. Acontece, porém, que ele não conseguiu passar por um atoleiro e seguiu em fuga a pé, depois do ato cruel e desumano.
A prisão
Ainda de acordo com o sargento Gladison, a polícia atendeu a uma denúncia anônima que dava as informações do crime cometido por Raí, bem como suas características físicas, e que ele estaria tentando fugir na direção de Morada Nova, em Marabá.
Após nova denúncia que citava o local onde Raí poderia estar, com mais precisão, ele foi encontrado pela PM e levado à 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, em Marabá. Ele prestou os procedimentos cabíveis na sede policial e aguarda julgamento.
Versão do criminoso
O Correio de Carajás entrevistou Raí, com exclusividade. O acusado alegou que momentos antes do crime estava bebendo amargosa com pinga em um grupo com mais quatro outros homens, os quais ele conhece apenas “de vista”. Em dado momento da madrugada, Ulisses teria partido para cima de Raí após discussão motivada pela bebedeira, por isso ele o golpeou a vítima.
Ele usou duas versões para a arma do crime: primeiro disse que era uma barra de ferro, depois uma chave grifo.
Pelas redes sociais, os familiares de Ulisses ficaram revoltados com a versão apresentada pelo criminoso, pois a vítima sequer bebia. “O tio Ulisses não Bebia! Nenhum crime tem motivação na bebida, isso não justifica um assassinato… a verdade é que foi um crime premeditado, houve uma intenção real, esse homem destruiu uma família para roubar um carro…”, desabafou uma sobrinha da vítima, pelas redes sociais.
Como se não bastasse, Raí confessou que esta não foi sua primeira prisão. Ele relatou ter sido preso por roubo no ano de 2013 em Marabá. Não é mais réu primário.
(Chagas Filho, Juliano Corrêa e Evangelista Rocha)