Correio de Carajás

Carreata marca clamor por Justiça para o caso Ana Beatriz Machado

Mobilização ocorre após seguidas tentativas da defesa de conseguir liberdade para a acusada Sara Nunes

Cartazes exprimem todo o sentimento de amigos e familiares da jovem assassinada/ Fotos: Evangelista Rocha

“A gente está aqui fazendo essa carreata pra pedir justiça, porque sabemos que a Justiça do Brasil não é tão boa. Me desculpa falar, mas é verdade”. O desabafo foi feito no início da noite de ontem (17), pela jovem Evelyn Naiara, irmã de Ana Beatriz Sousa Machado, assassinada a facadas no último dia 7, em Marabá. Familiares e amigos da vítima fizeram uma passeata pelas ruas do Núcleo Cidade Nova.

A passeata teve concentração em frente ao prédio da loja Havan, seguiu pela Av. Antônio Vilhena, depois Boa Esperança e o encerramento ocorreu com ato em frente ao prédio do Fórum de Justiça.

Os cartazes com fotos da vítima clamam por uma justiça mais rígida

Falando em nome da família e dos amigos, Evelyn Naiara disse ter medo de a acusada Sara Nunes Ferreira conseguir o direito de responder ao processo em liberdade, uma vez que a defesa dela ficou de entrar com pedido de revogação da prisão no Tribunal de Justiça do Pará (TJPA).

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“O máximo de pena pra ela (Sara) é pouco, porque ela tirou uma vida. Só quem tem direito de tirar uma vida é Deus”, argumenta Evelyn Naiara, ao acrescentar: “Espero que ninguém passe pelo que a gente está passando. É uma dor imensa. Só quem sabe a dor é quem perde um ente querido”.

Evelyn, irmã da vítima: “O máximo de pena pra ela (Sara) é pouco”

O assassinato de Ana Beatriz chocou Marabá e teve repercussão nacional. O crime, que aconteceu em um movimentado bar no Bairro Novo Horizonte, foi filmado tanto por câmeras de segurança quanto por celular.

Ana Beatriz e Sara, que haviam trabalhado juntas, tinham um desentendimento que aumentava a cada dia, até que, na noite do crime, depois de uma discussão no direct do Instagram, Sara foi até o bar, armada de uma faca, e sem contar conversa atacou Ana Beatriz e a matou.

Em motocicletas e carros, manifestantes percorreram as ruas ontem

Depois do esfaqueamento, enquanto Ana Beatriz agonizava na calçada à espera de atendimento, Sara ficava do outro lado da rua, com a faca nas mãos, até a chegada de uma viatura policial, a quem ela entregou a arma do crime.

Sara está presa na Unidade de Custódia e Reinserção Feminina (UCRF) de Marabá, mas constituiu um dos melhores criminalistas do Estado, advogado Arnaldo Ramos de Barros Júnior, para atuar na sua defesa. (Chagas Filho com informações de Evangelista Rocha)