A cantora Lizzo, de 35 anos, está sendo acusado por três ex-dançarinas de assédio sexual e criação de um ambiente de trabalho hostil, segundo a rede NBC News, que teve acesso ao processo aberto nesta terça-feira (1). As ex-empregados da artista alegam que ela pressionou um deles a tocar em um artista nu, durante uma visita a um clube em Amsterdã, na Holanda; de submetê-los a um teste “excruciante” após falsas acusações de beber no trabalho; e ainda de reclamar de uma dançarina ter engordado, demitindo a mulher depois por ela ter gravado uma reunião à qual não participou por problemas de saúde.
De acordo com a NBC News, o processo foi aberto no Tribunal Superior de Los Angeles, e ainda acusa Shirlene Quigley, líder da equipe de dança de Lizzo, de querer converter os dançarinos. Ela ridicularizaria quem manteve relações sexuais antes do casamento, compartilharia fantasias sexuais, simulando sexo oral, e teria discutido publicamente a virgindade de um dos dançarinos que também está recorrendo à Justiça.
O advogado dos dançarinos, Ron Zambrano, diz que Lizzo estava ciente das queixas sobre Shirlene. “A natureza impressionante de como Lizzo e sua equipe de gestão trataram seus artistas parece ir contra tudo o que Lizzo defende publicamente, enquanto em particular ela envergonha seus dançarinos e os rebaixa de maneiras que não são apenas ilegais, mas absolutamente desmoralizantes”, afirmou ele.
Leia mais:Lizzo é conhecida por apoiar o movimento body positvity e defender os direitos das mulheres e minorias. Mas, no processo, uma das dançarinas, Ariannna Davis, diz que Lizzo e seu coreógrafo falaram que ela estaria “menos comprometida” com seu trabalho, após uma apresentação em um festival, no que seria uma preocupação “pouco velada” sobre seu peso.
O processo nomeia Lizzo, sua produtora e Shirlene como réus. Além das acusações de ambiente de trabalho hostil e assédio sexual, há ainda acusações de assédio religioso e racial, cárcere privado, interferência em vantagens econômicas potenciais e mais – nem todas para feitas para os três réus.
AS ACUSAÇÕES CONTRA LIZZO
Ariannna Davis, Noelle Rodriguez, Crystal Williams relatam no processo que Lizzo teria insistido para Arianna tocar um dançarino nu em um bar Amsterdam. No clube, Lizzo supostamente “começou a convidar os membros do elenco para se revezar tocando os artistas nus, pegando consolos lançados das vaginas dos artistas e comendo bananas saindo das vaginas dos artistas. Lizzo então voltou sua atenção para a Sra. Davis e começou a pressioná-la a tocar os seios de uma das mulheres nuas”, diz o processo.
Arianna se recusou três vezes a tocar na pessoa nua, até ceder. Uma semana depois, situação parecida teria se repetido em Paris, onde Lizzo convidou seus dançarinos para um clube para que “eles pudessem aprender algo ou se inspirar na performance. O que Lizzo deixou de mencionar ao convidar os dançarinos para esta apresentação é que era um bar de cabaré nu”, argumenta o advogado.
A alegação de assédio racial é relacionado a comentários raciais e gordofóbicos que teriam sido feitos por funcionários da empresa. Dançarinos negros teriam sido chamados de “irresponsáveis” após terem pedido compensação de 50% do pagamento semanal como taxa de inatividade. “Apenas o elenco de dança – composto por mulheres negras plus size – foi falado dessa maneira”, afirmam os documentos – elas teriam recebido oferta de 25%.
Já as acusações de assédio religioso são contra Shirlene, que é cristã e teria disponibilizado nas redes sociais e em entrevistas informações sobre a virgindade de Arianna. Ela teria ainda tentando converter Noelle, chamado-a de descrente e ameaçado a dançarina. Crystal alega ter sido demitida por ter reclamado das acusações da cantora de que os dançarinos beberiam antes das apresentações. Lizzo teria forçado o corpo de baile a um ensaio excruciante de 12 horas.
Arianna gravou um reunião, no dia de 27 de abril porque sofria de um problema ocular que às vezes a deixava desorientada em situações estressantes, diz o processo. Mas, dias depois, Lizzo teria ordenado aos seguranças que confiscassem os telefones dos dançarinos, durante outra reunião, querendo descobrir quem tinha gravado o encontro anterior. A dançarina se apresentou, tendo sido demitida depois.
O processo alega cárcere privado contra a produtora de Lizzo porque um membro de sua equipe de segurança. Ele ter forlado Arianna a permanecer na sala após o término da reunião para que ele pudesse procurar o vídeo em seu telefone.
(Fonte: Quem)