Correio de Carajás

Canteiro da Getúlio Vargas abriga “minicracolândia” e moradores reclamam

Cerca de dez pessoas estariam morando nesse barraco improvisado no canteiro Avenida Getúlio Vargas / Foto: Ulisses Pompeu

A Reportagem do Correio de Carajás recebeu denúncia sobre um dilema de moradores da Avenida Getúlio Vargas, próximo à entrada da Vila Canaã (popular Vila do Rato). Alguns abrigos improvisados são motivo de indignação para quem reside às proximidades.

Durante dois dias e parte de uma noite desta semana, uma equipe de reportagem do Correio de Carajás esteve no local, observou a movimentação das pessoas e conversou com vários moradores do entorno, alguns dos quais estão chamando o local de “minicracolândia”.

Em decorrência da enchente, que assolou Marabá no mês de janeiro, alguns abrigos independentes se espalharam pela cidade. Dentre eles, quatro barracas foram construídas no canteiro que divide as duas faixas da Avenida Getúlio Vargas.

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Os moradores confirmaram que duas delas são de famílias da Vila Canaã que tiveram suas casas alagadas pela enchente. As outras duas, disseram, foram construídas por pessoas em situação de rua, que circulam pelo bairro pioneiro e que, ainda de acordo com os moradores, fazem uso de entorpecentes. “Deixam um mau cheiro terrível, fazem muito barulho à noite e incomoda a gente”, sintetizou um comerciante da área, que pediu reserva de seu nome.

Visualmente, é possível perceber a diferença estrutural das barracas. As que estão ocupadas por famílias são mais organizadas e com infraestrutura mais sólida, enquanto as outras duas têm uma aparência bagunçada, com vários objetos amontoados ao seu redor, pelo lado de fora.

De acordo com relatos dos populares, uma das barracas abriga de oito a dez pessoas, que trocam o dia pela noite. Foi percebido pela equipe de reportagem que alguns ocupantes estavam deitados à sombra da moradia improvisada, outros sentados no meio-fio, um tanto desconfiados, pois aparentemente faziam uso de entorpecentes, enquanto outros dormiam do lado de dentro.

Os moradores confessam que se sentem incomodados com a baderna e mau cheiro de “vizinhos” recentes, contam que durante a noite eles acabam ficando mais agitados. Afirmam ainda que eles “não mexem com ninguém”, mas acabam ocorrendo confusões entre eles, fator que causa aflição.

Algumas pessoas, sensibilizadas pela situação, fazem doações de comida e roupas, outras, mais cautelosas, evitam o contato e dizem que eles não lhes oferecem perigo.

Um comerciante cobrou atuação urgente da Prefeitura de Marabá, que até o momento não tomou nenhuma providência para resolver a situação. “As famílias que residem na Vila Canaã e que estão abrigados nas barracas tem a opção de irem para os abrigos oficiais da prefeitura, enquanto as pessoas em situação de rua podem ser direcionados para o Acolhimento Provisório para Pessoa Adulta em Situação de Rua (Centro Pop), que a prefeitura mantém na Folha 29.

Procurada pela Reportagem do CORREIO, a Secretaria Municipal de Comunicação da Prefeitura de Marabá informou que a Guarda Municipal e a Polícia Civil já estão em operação nos abrigos juntamente com membros do Departamento Municipal de Segurança Institucional para coibir situações como esta. (Luciana Araújo, com Ulisses Pompeu)