O candidato a prefeito de Abaetetuba (PA) Adamor Dias Bitencourt, do PTB, aparece como o detentor do maior patrimônio entre os 548.424 cadastrados que concorrem a cargos públicos nas eleições municipais deste ano. Ao todo, os bens declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) somam mais de R$ 10,6 bilhões. O valor, no entanto, foi um “erro de digitação”, segundo ele.
“Ao registrarem um imóvel na cidade de Ananindeua, que é de R$ 10,5 milhões, colocaram bilhões. Foi um erro de digitação. São duas fazendas da minha mãe que fez a doação desse imóvel. Se você vir na declaração, o valor está correto. O que não está é a digitação”, explicou Bitencourt em breve contato com a reportagem.
Na página do TSE, o referido imóvel é descrito como “urbano, situado à margem esquerda da rodovia BR-316, medindo 153 metros de frente e 1.900 metros aproximadamente de fundos, afetando a forma de um polígono irregular de seis lados, com perime”.
Leia mais:Entre os bens declarados, constam ainda quatro terrenos, um de 134.430 metros quadrados no valor de R$ 15,1 milhões, outro no município de Benevides com área de 858 hectares – o equivalente a 858 campos de futebol – avaliado em R$ 1,37 milhão, e mais dois orçados em R$ 500 mil cada. Além disso, o candidato informou possuir quotas de capital social da empresa Bitencourt Incorporação SPE Eireli no montante de R$ 100 mil e mais R$ 96 milhões descritos como “reserva pessoal”
Questionado sobre a quantia, enquadrada em outros fundos como “reserva pessoal”, Bitencourt alegou que também estava errada e que o certo seria R$ 96 mil. Com as correções, o patrimônio declarado passaria a ser de R$ 28.181.43,22.
“R$ 96 milhões de reserva? Nem estou sabendo disso aí. Está errado também”, afirmou.
Em nota divulgada pela assessoria de imprensa, disse que o episódio “ocasionou um constrangimento grande para todos, devido ao valor ser desproporcional e fora da realidade”. A lista com os maiores patrimônios entre os candidatos foi publicada pelo portal Metrópoles e confirmada por ÉPOCA.
Segundo Bitencourt, seu partido já submeteu uma declaração retificadora, para corrigir os erros no detalhamento dos bens. ÉPOCA solicitou a declaração apresentada pelo candidato à Receita Federal, mas não teve o pedido atendido, sob justificativa de preservar o sigilo fiscal.
“Quem errou foi o partido, não fomos nós. Agora depende do TRE”, disse.
Em nota, o TSE disse que “o juiz eleitoral faz o exame do pedido do registro de candidatura e, se identificar discrepâncias no valor dos bens, poderá solicitar diligência. Nesses casos, o valor poderá ser retificado”.
(Fonte: Época)