Pesquisadores da Universidade de Glasgow e do Beatson Instituto de Pesquisa do Câncer, ambos na Escócia, afirmam ter descoberto o motivo pelo qual o sistema imunológico humano não reage para combater o câncer de intestino.
De acordo com o novo estudo, quando as células do órgão se tornam cancerosas, elas conseguem “cegar” as unidades de defesa do corpo para que não sejam reconhecidas.
Com essa estratégia, o câncer de intestino ganha vantagem, como mostra o artigo publicado na revista Cancer Immunology Research, da Associação Americana para Pesquisa do Câncer.
Leia mais:“O câncer não quer que as células imunológicas o reconheçam como uma ameaça, então ele manipula essas unidades para que não percebam o perigo e simplesmente o deixem passar, deixando o câncer causar seu dano”, afirma o principal autor da pesquisa, Seth Coffelt.
Estudos anteriores já mostraram que as células imunológicas responsáveis por combater neoplasias geralmente não respondem contra o câncer de intestino, mas não se sabia o motivo. A nova pesquisa dá um passo adiante, abrindo caminho para o desenvolvimento de ferramentas para evitar esse processo e impedir que as células cancerosas cresçam e se multipliquem.
A partir desse conhecimento, os cientistas concentraram os estudos nas células T gama delta, um tipo específico de célula imune que rastreia qualquer ameaça ao intestino. Usando amostras de tecidos de tumores de intestino doados por pacientes escoceses e de outros países, eles conseguiram identificar o mecanismo de desligamento das células.
Os autores do estudo acreditam que, com esse conhecimento, será possível desenvolver uma maneira de envolver artificialmente as células T gama delta com uma droga para que elas possam identificar o câncer novamente.
Câncer de intestino
O câncer de intestino, também conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal, abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon, no reto e ânus. A doença é tratável e pode ser curada na maioria dos casos em que é detectada precocemente, antes de se espalhar para outros órgãos.
Os principais fatores de risco para esse tipo de câncer estão relacionados ao estilo de vida do paciente, incluindo sedentarismo; sobrepeso e obesidade; consumo de carne vermelha e processada; alimentação pobre em frutas, vegetais e fibras; e idade. Embora a maioria dos casos ocorra após os 50 anos, os médicos pedem que o rastreamento comece mais cedo.
(Fonte: Metrópoles)