Marlene Cândido Costa Silva, de 57 anos, bem que tentou acesso às políticas sociais do Município de Canaã dos Carajás, administrado por Jeová Andrade, mas não teve retorno. Embora nunca tenha vivido com luxo, a mulher nunca havia passado necessidade, mas há algum tempo o cenário mudou.
Uma série de fatores a lançaram para a situação na qual se encontra agora: dormido com mais cinco adultos e quatro crianças em um carpete estendido no chão de um cômodo, sem água e sem energia.
Inicialmente, Marlene e o marido possuíam uma pequena terra na cidade, algumas vacas leiteiras, motocicleta e até um automóvel. Uma sucessão de doenças e mortes na família fez com que os dois se desfizessem dos bens para custear despesas.
Leia mais:Ao final, acabaram se mudando para São Félix do Xingu, onde o marido conseguiu um emprego. Lá viveram por algum tempo, até que Marlene ficou viúva, perdendo o companheiro em um acidente de trânsito. Há cerca de duas semanas ela retornou a Canaã, desempregada e passando necessidade.
“Hoje eu tô dormindo no chão, né? Em cima do carpete, sem ter o que fazer. Eu tô precisando da ajuda do pessoal de Canaã dos Carajás, eu tô precisando de vasilha, não tem uma panela, não tem um prato, não tem uma colher, eu não tenho cobertor, não tenho um alimento, eu não tô tendo nada. Eu tô tendo nem aonde morar, né?”
No cômodo estão vivendo também os três filhos, uma nora e quatro netos de Marlene, com idades entre seis meses e três anos. Os banhos e a comida são preparados em outro imóvel, casa de uma irmã de Marlene.
Três das crianças da família são fruto de gestações da filha adolescente de Marlene, que possui 17 anos. Ela e a cunhada não podem trabalhar por ainda estarem amamentando. O filho mais velho conseguiu nesta semana algumas diárias em uma fazenda, cortando matéria prima para fabricação de ração para gado. O valor, entretanto, é baixo. As refeições são provenientes de doações.
Desesperada, Marlene pede ajuda imediata, já que a ajuda do município é difícil. “Não se consegue nada lá na Prefeitura, não. A gente se sente humilhada porque é uma coisa que tinham que ajudar a gente, né? Eles tão aí pra isso. Estou num momento difícil, não tem uma ajuda e nunca tinha chegado essa ocasião de eu passar por isso que eu tô passando agora”, lamenta.
Um emprego ou mesmo diárias também são ofertas bem-vindas para a mulher, que afirma ser vítima de preconceito. “Eu gosto de trabalhar e tem muita gente que já falou pra mim que é difícil arrumar emprego por causa da minha aparência, porque eu tô sem os dentes. Eu me sinto muito humilhada por isso, mas entrego a Deus. É meu sonho arrumar os dentes”, finaliza.
Doações e outras formas de ajuda podem ser ofertadas pelo número de telefone de Marlene, que está atendendo apenas no Whatsapp: (94) 99102-3831. Também pode ser utilizada o número da nora dela, Alessandra: (94) 9236-6371. (Luciana Marschall)