“É muita fumaça. De noite ninguém consegue dormir em casa por causa da poluição. Todos os anos é o mesmo sofrimento.” As palavras são de Edmilson Silva, morador da Agrovila Nova Jerusalém, localizada a poucos metros do Parque Nacional dos Campos Ferruginosos, em Canaã dos Carajás.
O agricultor é um dos que fazem parte das 500 famílias que moram na comunidade e têm sofrido há sete dias com as queimadas que atingem, pelo segundo ano consecutivo, a Unidade de Conservação Ambiental. Desde a última sexta-feira, (16), quarenta homens, entre guardas florestais, bombeiros civis e brigadistas trabalham na contenção dos focos de incêndio. “Estamos usando máquinas, abafadores e água no combate às chamas”, diz Manoel Delvo, diretor do Parque Nacional.
A cada dia que passa a situação dentro do parque é preocupante. Segundo relatos dos próprios homens que combatem as chamas, animais estão sendo encontrados mortos pelo meio do caminho. Em meio ao desastre ambiental, até agora ainda não foi divulgado o tamanho da área destruída e a fumaça segue em direção às cidades de Canaã e Parauapebas, que estão em lados opostos.
Leia mais:Em 2017, mais 22 mil hectares de floresta foram devastados pelas queimadas, o que corresponde a 22 mil campos de futebol. Esse ano, mesmo com as ações de conscientização, a situação se agravou com o baixo volume de chuvas na região, colocando em risco um importante ecossistema com lagos, cavernas e cachoeiras. (Kevin William)