Mesmo vivendo em uma cidade com Lei Orçamentária prevista em mais de R$ 1 bilhão para 2020, os cidadãos de Canaã dos Carajás frequentemente precisam acionar o Ministério Público do Estado do Pará quando se encontram em situações desesperadoras e necessitando de socorro para familiares em situação de emergência.
Apenas neste ano, o Correio de Carajás contabilizou pelo menos 10 pedidos de intervenção junto ao órgão ministerial para transferências para leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Os motivos são os mais diversos, mas em comum há a preocupação de se perder uma vida por falta de suporte na Saúde Pública de uma das cidades mais ricas do Pará.
A administração de Jeová Andrade destinou na mesma Lei Orçamentária R$ 9.673.361,10 para a Secretaria Municipal de Saúde e R$ 156.270.163,55 para o Fundo Municipal de Saúde. Desde o início da primeira gestão dele, em 2013, entretanto, nenhum leito para casos graves foi implantado, nem mesmo diante da pandemia de coronavírus.
Leia mais:Dentre os pacientes há crianças, adultos e idosos acometidos por acidente vascular cerebral, traumatismo decorrente de quedas e acidentes de trânsito, pessoas necessitando de amputações, pacientes infartados, entre outros.
Ao menos metade dos casos identificados pela Reportagem foi judicializada, ou seja, a promotoria precisou pedir ao Poder Judiciário que obrigasse o município a atender estas pessoas em situação grave.
Em maio deste ano, diante da pandemia, o Ministério Público do Pará chegou a recomendar o fechamento do comércio no município, argumentando que a rede de saúde de Canaã dos Carajás não dispõe de leito de UTI. (Luciana Marschall)