O tradicional Festejo Junino de Marabá, chega a sua 36ª edição com uma novidade. Este ano, a escolha dos campeões da competição cultural será definida em uma única apresentação de cada grupo. A festa irá acontecer entre os dias 23 de junho a 1º julho, no complexo esportivo do Bairro Santa Rosa, na Marabá Pioneira, e mais de R$ 800 mil serão investidos na realização do evento.
“Esse ano o festival terá um formato diferente dos últimos anos, conforme reuniões dos grupos que integram a Liga Cultural de Marabá. Ficou decidido que o concurso será realizado durante os dias da eliminatória, em todas as categorias, e teremos três dias com o top 5”, explica Genival Crescêncio, secretário municipal de Cultura, interino no cargo.
Ele acrescenta que haverá premiação do 1º ao 5º lugar, para as quatro categorias: quadrilhas grupo A e grupo B; quadrilhas mirim e boi-bumbá. Também serão premiados o melhor casal de noivos, melhor rainha e melhor marcador. O valor da premiação não foi detalhado, mas Genival afirma que uma verba de R$ 40 mil será destinada para esse fim. “A questão das estruturas, a gente tá finalizando uma licitação para ver o valor delas. Para as juninas, a prefeitura celebra um termo de fomento para ajudar nas despesas dos grupos e na logística do evento. Ele tem valor superior a R$ 800 mil”, complementa.
Leia mais:Sebastiana da Silva Santos, professora aposentada e presidente da Liga Cultural de Marabá, avalia que a mudança da dinâmica do concurso foi bem aceita entre as juninas, após muitas conversas. “Nos reunimos e decidimos que seria apenas uma apresentação e a partir dela seria escolhido o top 5 de melhores pontuadas”, confirma.
Questionada pela reportagem do CORREIO sobre a verba de auxílio destinada às juninas, ela explica que este ano cada grupo de quadrilhas do grupo A irá receber R$ 20 mil; o grupo B receberá R$ 12 mil; e as mirins, R$ 8 mil. Além disso, a concessionária de energia elétrica no Estado, através da Lei Semear, irá destinar o valor de R$ 320 mil para ser dividido entre os grupos e auxiliar no sustento do projeto. “Esperamos fazer um belíssimo trabalho esse ano, para agradar toda a comunidade marabaense”, finaliza.
VOZ DOS QUADRILHEIROS
Ademar Gomes Dias, o Ademar da Santa Rosa, coordenador da Fogo no Rabo há 35 anos e servidor público, destaca que foi voto vencido na decisão de mudança da dinâmica da competição. “Após a definição da maioria, precisamos abraçar a decisão tomada por todos. A gente espera que dê tudo certo, mas temos medo por ser uma tradição antiga, que já vai fazer 36 anos”.
Apesar do receio, Ademar expressa o desejo para que dê tudo certo, e frisa que o movimento junino de Marabá é referência em todo o Estado, como um dos maiores do Pará. “Marabá e região podem ter certeza que vai ser um espetáculo atrás do outro”, assevera o coordenador sobre a qualidade das apresentações de todos os grupos.
“É uma inovação, eu não sei qual vai ser a opinião dos brincantes, porque estamos acostumados com a euforia da final”, expressa Jean Souza, diretor e marcador da Esplendor Junino, a segunda mais antiga da cidade, com 25 anos de existência. Este ano a junina se apresentará sob o tema “sertão”, e promete levar surpresas para a arena, principalmente agora que apresentação será tudo ou nada.
Até o ano passado, 2022, a dinâmica do concurso consistia em uma primeira rodada de apresentações, classificatória, e em seguida a eliminatória, onde os cinco melhores retornavam para a apresentação final na arena e só então os ganhadores eram decididos.
SAIBA MAIS
Na primeira noite do festejo, dia 23, será realizado o arrastão cultural com os grupos juninos e a escolha da Rainha da Diversidade. Entre 24 e 28, serão realizadas as apresentações do concurso e a escolha dos cinco primeiros colocados de cada categoria. Nos dias 29, 30 e 1º de julho, os cinco premiados voltam a se apresentar na arena. Este ano, o time de jurados será composto por quatro nomes, sendo três do Tocantins e um do Maranhão.
Além das apresentações de quadrilhas e dos bois-bumbás, o Pássaro Rouxinol estará presente, de novo, na arena da 36ª edição do festejo. O grupo tradicional do Bairro Francisco Coelho estava desativado há mais de meio século, e retornou em 2022, com apoio da Secult e da Liga Cultural.
“Esse evento junino é provavelmente o maior do interior da Amazônia, não só a questão da estrutura, como na quantidade de participações, e teremos a participação de aproximadamente 31 grupos”, avalia Genival Crescêncio.
Cerca de 10 mil pessoas são esperadas em cada noite do festejo. As arquibancadas que cercam a arena têm capacidade de comportar 5 mil espectadores. (Luciana Araújo)