A Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) lançou, em sessão solene realizada no plenário, a campanha “O problema é nosso”, como parte da mobilização do Maio Laranja — mês dedicado à prevenção e ao enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. A iniciativa foi apresentada pela deputada Ana Cunha, presidente da Comissão em Defesa da Primeira Infância, da Criança e do Adolescente.
Neste ano, a campanha destaca que proteger a infância é uma responsabilidade coletiva, com o propósito de sensibilizar e mobilizar a sociedade sobre a urgência do tema. “É preciso romper com o silêncio, combater a negligência e assumir o compromisso de proteger nossas crianças. A omissão também é uma forma de violência. Precisamos olhar, escutar e agir”, afirmou a deputada Ana Cunha.
Segundo a parlamentar, a campanha “O problema é nosso”, lançada pela Alepa, é um grito de urgência, empatia e responsabilidade. “A infância não pode esperar. A violência contra uma criança é uma ferida que a sociedade inteira carrega”, reforçou.
Leia mais:Durante seu discurso, Ana Cunha fez um apelo à mobilização de todos os segmentos sociais. “Esta pauta mexe com todos nós. Enxergamos nossas crianças, que precisam de um olhar atento, de acolhimento e proteção — que não têm cor, não têm raça, não têm classe social. O que há é um sentimento profundo de urgência e responsabilidade. Esta campanha, permanente nesta Casa, é chamada ‘O problema é nosso’ porque enfrentar o abuso e a violência é uma tarefa coletiva. Não podemos nos esquivar do diálogo, da atenção e, acima de tudo, da responsabilidade de proteger nossas crianças.”
A parlamentar também destacou os diferentes tipos de violência que atingem meninos e meninas em todo o Brasil. “Esse é um grave problema que afeta milhares de crianças e adolescentes no país. Ele se manifesta de várias formas e precisa ser combatido: o abuso físico, sexual, emocional, e também a negligência, que tem consequências devastadoras para a saúde física e mental de quem sofre. É importante saber reconhecer alguns sinais: mudanças repentinas de comportamento, recusa em ir para a escola, timidez excessiva ou agressividade podem ser alertas. Muitas vezes, o agressor é alguém próximo, que deveria exercer cuidado, mas pratica a violência dentro de casa.”
A campanha contará com a participação de diversos segmentos da sociedade civil e do poder público, incluindo conselhos tutelares e de direitos, escolas públicas e privadas, instituições religiosas, secretarias municipais e estaduais, polícias Civil, Militar e Rodoviária, além de órgãos do sistema de justiça, como o Ministério Público e a Defensoria Pública. ONGs, organizações sociais, empresas de transporte terrestre, aéreo e fluvial, portos, aeroportos, centros comerciais, artistas, influenciadores e comunicadores também estão sendo mobilizados.
Até o final de maio, serão realizadas atividades educativas em escolas e comunidades, com a distribuição de materiais informativos. Estão previstas ainda a iluminação de prédios públicos na cor laranja, rodas de conversa, audiências públicas, intervenções urbanas e ampla mobilização digital.
Ao final da sessão, a deputada Ana Cunha entregou aos parlamentares kits da campanha, contendo cartilhas e vídeos que serão distribuídos em escolas e órgãos públicos. (AID/ALEPA)