Seguem até o dia 22 de março as atividades realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde de Parauapebas (Semsa) relativas à programação em celebração ao Dia Mundial do Rim. A programação, que tem como tema “Saúde dos Rins”, começou ontem, terça-feira (12), através da Rede de Atenção à Pessoa com Doenças Crônicas (DCNT).
O intuito da campanha é orientar e prevenir a população contra doenças renais. Durante a campanha, serão ofertados serviços como orientação com profissionais de Saúde, exames, palestra, entre outros.
Idealizado pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN), o Dia Mundial do Rim é comemorado na segunda quinta-feira do mês de março, que este ano será amanhã, quinta (14). O objetivo do evento é aumentar a conscientização sobre a crescente presença de doenças renais em todo o mundo e a necessidade de estratégias para a prevenção e o gerenciamento dessas doenças.
Leia mais:Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, a prevalência da doença renal crônica no mundo é de 7,2% para indivíduos acima de 30 anos e 28% a 46% em indivíduos acima de 64 anos. No Brasil, a estimativa é de que mais de dez milhões de pessoas tenham a doença.
Dessas, 90 mil estão em diálise (um processo de estímulo artificial da função dos rins, geralmente quando os órgãos têm 10% de funcionamento), número que cresceu mais de 100% nos últimos dez anos. Insuficiência renal é a condição na qual os rins perdem a capacidade de efetuar suas funções básicas.
A insuficiência renal pode ser aguda, quando ocorre súbita e rápida perda da função renal, ou crônica, quando esta perda é lenta, progressiva e irreversível. As funções dos rins passam por limpar todas as impurezas e as toxinas do corpo – regular a água e manter o equilíbrio das substâncias minerais do corpo (sódio, potássio e fósforo); liberar hormônios para manter a pressão arterial e regular a produção de células vermelhas no sangue; e ativar a vitamina D, que mantém a estrutura dos ossos.
Segundo a ISN, as principais causas da insuficiência renal aguda são choque circulatório; sepse (infecção generalizada); desidratação; queimaduras extensas; excesso de diuréticos; obstrução renal; insuficiência cardíaca grave; e glomerulonefrite aguda (inflamação nos glomérulos – unidades filtrantes do rim).
A doença renal crônica está associada a duas doenças de alta incidência na população brasileira: hipertensão arterial e diabetes. Como o rim é um dos responsáveis pelo controle da pressão arterial, quando ele não funciona adequadamente há alteração nos níveis de pressão.
A mudança dos níveis de pressão também sobrecarrega os rins. Portanto, a hipertensão pode ser a causa ou a consequência da disfunção renal, e seu controle é fundamental para a prevenção da doença. Já a diabetes pode danificar os vasos sanguíneos dos rins, interferindo no funcionamento destes órgãos, que não conseguem filtrar o sangue corretamente.
De acordo com ISN, mais de 25% das pessoas com diabetes tipo I e 5 a 10% dos portadores de diabetes tipo II desenvolvem insuficiência renal. Outras causas são: nefrite (inflamação dos rins), cistos hereditários, infecções urinárias frequentes que danificam o trato urinário e doenças congênitas.
Sintomas– Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a progressão lenta da doença permite que o organismo se adapte à diminuição da função renal. Por isso, muitas vezes a doença não manifesta sintomas até que haja um comprometimento grave dos rins.
Nesses casos, os sinais são aumento do volume e alteração na cor da urina; incômodo ao urinar; inchaço nos olhos, tornozelos e pés; dor lombar; anemia; fraqueza; enjoos e vômitos; e alteração na pressão arterial.
Diagnóstico – A disfunção renal pode ser identificada por meio de dois exames: um de análise da urina e outro de sangue. O primeiro identifica a presença de uma proteína (albumina) na urina, e o exame de sangue verifica a presença de outra, a creatinina.
Com a função debilitada, os rins eliminam ou absorvem substâncias de forma desordenada, causando desequilíbrio no organismo. O tratamento da insuficiência renal pode ser com medicamentos e controle da dieta. Nos casos mais extremos pode ser necessária a realização de diálise ou transplante renal, como terapêutica definitiva de substituição da função renal.
Prevenção – O primeiro passo é prevenir o desenvolvimento da hipertensão arterial e controlar a diabetes, doenças que mais levam à insuficiência renal. Também é importante conhecer o histórico de doenças da sua família; controlar os níveis de pressão; realizar avaliação médica anual, principalmente após os quarenta anos; seguir uma dieta equilibrada, com baixa ingestão de sal e de açúcar; controlar seu peso; exercitar-se regularmente; não fumar; se fizer uso de bebidas alcoólicas, que seja de forma moderada; monitorar seus níveis de colesterol; e evitar o uso de medicamentos sem orientação médica. (Tina Santos)