Finalizado o Carnaval começa nesta Quarta-feira de Cinzas (26) o período de Quaresma e com ele o lançamento, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Campanha da Fraternidade de 2020, que tem como tema “Fraternidade e Vida: dom e compromisso”.
Já o lema deste ano é “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”, relacionado à parábola do Bom Samaritano, descrita no livro de Lucas, no Novo Testamento da Bíblia, na qual um homem foi agredido por ladrões e deixado à morte.
No relato, é apresentado que um sacerdote e um levita passam reto pela vítima, enquanto um samaritano teve compaixão e tratou das feridas do homem. “Trata-se da palavra do Bom Samaritano, que o homem foi socorrido por um estrangeiro, não por um levita ou por um sacerdote, mas por um estrangeiro que viu aquele homem soterrado, quase morto, e o socorreu. Viu a pessoa, sentiu compaixão como nosso senhor Jesus Cristo e cuidou dela, socorreu”, comenta o bispo Dom Vital Corbellini, da Diocese de Marabá.
Leia mais:De acordo com ele, na cidade a campanha foi iniciada junto da abertura da Quaresma em uma missa realizada às 8 horas na Catedral Diocesana, na Marabá Pioneira. “Neste período a gente se prepara para a Páscoa, período bonito, alegre. Hoje (Quarta de Cinzas) é dia de jejum e abstinência de carne, um dia importante. Neste período a igreja coloca um tema importante para ser refletido, na Campanha da Fraternidade, que começou na década de 60”, relembra.
O tema é sempre ligado a um recorte da realidade vivida no país. Neste ano, observa-se a necessidade de se trabalhar o amor ao próximo pela redução da violência. “Tratamos do dom da vida enquanto a gente vê tantas banalidades: homicídios, feminicídios, estupros de crianças dentro das casas, jovens que vão se cortando, mortes no trânsito, mortes no campo, mortes de indígenas. Diante dessa realidade de violência que nos encontramos a igreja apresenta o valor da vida. Deus é vida, não quer a morte”, explica o bispo, citando o texto-base apresentado pela CNBB.
“A gente o faz porque Jesus também é bom samaritano, nos quer bem, quer a vida e não a morte. É para trabalhar pela caridade social, tudo aquilo que ele faz é pelo bem”, disse, acrescentando como exemplo o trabalho da Irmã Dulce, primeira santa nascida no Brasil, conhecida como Dulce dos Pobres. “É o cuidado com o outro, trata-se de pequenas ações junto às comunidades”, diz.
Dom Vital destaca que será intensificado o trabalho das pastorais religiosas, como a atenção aos doentes, crianças, jovens, pessoas encarceradas e idosos. “Para que a comunidade cresça e que não haja desvios. Temos que ver a realidade e trabalhar e não ser como o levita e o sacerdote que desviaram daquele homem, mas sim como o bom samaritano”.
O assunto também é abordado nas missas realizadas ao longo da Quaresma. Neste ano, a Coleta Nacional de Solidariedade, que é parte da campanha, acontece no dia 5 de Abril, Domingo de Ramos. (Luciana Marschall)