Caminhões acima de 25 toneladas estão proibidos de seguirem por Tocantinópolis, no extremo norte do Tocantins. A balsa, que liga o município a Porto Franco (MA), é uma das opções de desvio de rota após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira. O decreto que proíbe o trânsito pesado pela cidade está publicado no Diário Oficial da última sexta-feira (24). No domingo (26), dois caminhões ficaram algumas horas retidos após a travessia Porto Franco/ Tocantinópolis.
Depois de algumas horas de bloqueio, o município, em acordo com a Polícia Militar e a empresa Pipes, liberou os veículos para seguirem viagem via Tocantinópolis. “Houve a liberação dos dois veículos que estavam fora dos critérios e a travessia já está restabelecida. Nós teremos uma reunião com os representantes da Polícia Militar e Ageto [Agência de Transportes, Obras e Infraestrutura] para definir o andamento nos próximos dias”, informou o secretário de administração do município, Jair Aguiar
O decreto leva em consideração que o aumento do tráfego está deteriorando as ruas da cidade, que não são projetadas para suportar cargas com grande peso.
Leia mais:Apesar da proibição, a ordem não se aplica a veículos destinados ao transporte de produtos essenciais como alimentos, medicamentos, combustíveis e materiais de construção para uso local e veículos utilizados em obras e serviços públicos devidamente autorizados pela Prefeitura Municipal.
Após a publicação do decreto municipal, o prefeito Fabion Gomes (PL) destacou que informou as forças de segurança a Agência de Transportes, Obras e Infraestrutura (Ageto) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
REUNIÃO
O proprietário das balsas Pipes, Pedro Iran, e seus advogados estiveram em Tocantinópolis na manhã desta segunda-feira, reunidos com o prefeito Fabion Gomes e representantes da Polícia. Após o encontro, a empresa emitiu a seguinte nota:
“A PIPES EMPREENDIMENTOS LTDA, em conjunto com a Prefeitura de Tocantinópolis, informa que, em reunião realizada na presente data, foi acordada a flexibilização do Decreto Municipal no que diz respeito à travessia de veículos pesados. Ficou estabelecido que será permitida a passagem de caminhões com peso de até 30 (trinta) toneladas, ficando proibida a travessia de veículos que ultrapassem esse limite até que a situação emergencial causada pelo colapso da Ponte Juscelino Kubitschek seja normalizada. Agradecemos pela compreensão e reiteramos nosso compromisso em trabalhar em Conjunto para Superar este momento de adversidade”.
DNIT
Na última sexta-feira (24), o DNIT disse que as rotas alternativas orientadas pela autarquia não incluem o trajeto de veículos pesados pelo município de Tocantinópolis. O trajeto foi indicado apenas para veículos leves.
Em nota, divulgada no domingo (26), o prefeito disse que “tais medidas se justificam dada a omissão do DNIT que, passados mais de 30 dias do colapso da ponte, não adotou nenhuma medida para amenizar e facilitar o tráfego de veículos e pessoas, sequer conseguiu nesse período disponibilizar embarcações entre Aguiarnópolis-TO e Estreito-MA”.
ROTAS ALTERNATIVAS
Confira as rotas alternativas indicadas pelo DNIT:
# Rota 1 (Veículos leves):
– Pegar a TO-126 em Aguiarnópolis até Tocantinópolis;
– Realizar a travessia pela balsa até Porto Franco/MA;
– Seguir pela BR-226/MA (30 km).
# Rota 2 (Veículos pesados):
– Pegar a TO-134 em Darcinópolis até a BR-230 em Axixá do Tocantins (149 km);
– Pegar a TO-201 em Axixá do Tocantins até a TO-126 em Sítio Novo do Tocantins (15,1 km);
– Pegar a TO-126 em Sítio Novo do Tocantins até Imperatriz e seguir pela BR-010/MA (26,9 km).
# Rota 3: (Veículos pesados)
– Pegar a BR-230 em Aguiarnópolis até Luzinópolis (79 km);
– Seguir pela BR-230 em Luzinópolis até a TO-134 em Axixá do Tocantins (78 km);
– Pegar a TO-201 em Axixá do Tocantins até Sítio Novo do Tocantins (15,1 km);
– Pegar a TO-126 em Sítio Novo do Tocantins até Imperatriz/MA (26,9 km) e seguir pela BR-010/MA.
– Para ter acesso à BR-226/TO:
# Rota 1 (Veículos leves):
– Pegar a BR-010/226/MA de Estreito a Porto Franco (30 km);
– Realizar a travessia pela balsa para Tocantinópolis/TO e seguir pela TO-126.
– Rota 2 (veículos pesados):
– Acessar a BR-226/MA em Estreito até Porto Franco (30 km);
– Pegar a BR-010/MA em Porto Franco até Imperatriz (100 km);
– Seguir pela TO-126/134 até Axixá do Tocantins e seguir pela BR-230/TO para acesso à BR-226/TO.
O que diz a nota do bloqueio
“Senhores Caminhoneiros, viajantes e população em geral!
A Prefeitura de Tocantinópolis esclarece que, conforme o Decreto 02/2025, o bloqueio (que ocorrerá a partir do dia 26/01, às 10:30h), aos veículos de grande porte (com peso bruto superior a 25 toneladas), no perímetro urbano de Tocantinópolis-TO, não é uma medida contra os Motoristas, Caminhoneiros e Viajantes, mas uma decisão tomada em razão da deterioração acelerada da infraestrutura viária urbana, dos prejuízos causados à segurança e ao patrimônio público municipal e, até, dos iminentes riscos de acidentes e mortes aos moradores locais.
O tráfego de veículos de passeio e caminhões abaixo de 25 toneladas, está liberado. Cabendo à Empresa PIPES organizar, da melhor forma possível, a travessia entre Tocantinópolis-TO e Porto Franco-MA.
Nada impede, também, a Empresa PIPES de construir um ponto de acesso de embarque e desembarque de veículos de grande porte, fora do perímetro urbano da cidade, haja vista que a referida Empresa tem auferido elevados lucros, sem a contrapartida aos municípios impactados.
Tais medidas se justificam dada a omissão do DNIT que, passados mais de 30 dias do colapso da ponte, não adotou nenhuma medida para amenizar e facilitar o tráfego de veículos e pessoas, sequer conseguiu nesse período disponibilizar embarcações entre Aguiarnópolis-TO e Estreito-MA – Prefeito Fabion Gomes”.
O que diz o DNIT
O DNIT informa que as rotas alternativas orientadas pela autarquia não incluem o trajeto de veículos pesados pelo município de Tocantinópolis. O trajeto foi indicado apenas para veículos leves.
SOBRE AS BALSAS:
O DNIT informa que a dispensa de licitação publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 10 de janeiro de 2025 foi revogada, devido à não assinatura do contrato por parte da empresa selecionada.
Esse imprevisto tem gerado prejuízos tanto para a autarquia quanto para a população local, que enfrenta necessidades urgentes relacionadas ao transporte de passageiros, cargas e veículos por meio dos serviços de travessia no rio.
A decisão de revogar a dispensa de licitação foi tomada para assegurar a continuidade dos trâmites administrativos, garantindo a prestação dos serviços essenciais de forma mais célere e eficiente.
O DNIT destaca que, com relação a cobrança de tarifas, isto NÃO irá ocorrer com a nova contratação. Como dito desde o início das informações prestadas pela autarquia, o transporte público gratuito para a população está assegurado.
Por fim, o DNIT informa que uma nova contratação será realizada nos próximos dias, com o objetivo de atender às necessidades da comunidade e reduzir os impactos dessa situação.
(Da Redação)