Na manhã desta quarta-feira (15), por volta das 8h da manhã outro caminhão da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que transportava carga via Sedex, de compras feitas pela Internet, foi alvo de assaltantes na BR-230 (Transamazônica). O roubo aconteceu no perímetro onde tem ocorrido a maioria dos ataques, nas proximidades da Reserva Indígena Parakanã, à altura do Km 140, perto de Novo Repartimento. Pelo que a reportagem do Correio de Carajás apurou, de dezembro passado até agora, este já foi o quarto assalto na mesma área.
Desta feita, os criminosos também roubaram pessoas que seguiam em dois carros logo atrás do caminhão que era o alvo dos salteadores. Em geral, os caminhões transportam produtos como celulares, computadores, roupas e calçados.
A reportagem do Correio de Carajás teve acesso a áudios de WhatsApp de vítimas dos assaltantes. Em um dos áudios uma mulher explica que estava logo atrás do caminhão dos Correios no momento do assalto, perto da Vila Maracajá, município de Pacajá. “Como nós vinha (sic) perto, mexeram com todos nós. Estou com os nervos à flor da pele, estou aqui rodada no Maracajá, me carregaram tudo”, lamentava a mulher.
Leia mais:A outra mais desesperada declarou, também em áudio pelo WhatsApp: “Foi horrível, vocês não têm noção do perigo… Vocês não têm noção do tanto de arma, estou com medo até de sair”.
Para se ter uma ideia do quanto aquele perímetro é perigoso, um motorista que pediu para não ser identificado desistiu de fazer a rota porque não aguentava mais tantos assaltos naquela área. “Eu sou assaltado pelo menos duas vezes por mês”, denunciou o motorista.
De acordo com o motorista, os caminhões que fazem o transporte são rastreados e toda vez que o veículo sai da rota, em pouco tempo a polícia é acionada, de modo que os criminosos – já sabendo disso – agem rápido, levando tudo quanto podem sempre com apoio de um veículo grande, em alguns casos outro caminhão é usado para levar o roubo.
Segundo informações obtidas pela reportagem com caminhoneiros que fazem a rota entre Marabá e Altamira, não existe apenas uma quadrilha aterrorizando os trabalhadores que trafegam pela Transamazônica. Existem pelo menos uns 30 assaltantes divididos em quatro bandos agindo na região. (Chagas Filho)