Uma encenação que deturpa a realidade dos acontecimentos de 17 de abril de 1996 na “Curva do S”, em Eldorado do Carajás. É como o coronel da reserva da Polícia Militar e atual vereador em Marabá, Antônio Araújo, vê a peça “Antígona na Amazônia”, do diretor suíço Milo Rau, recém apresentada e que gerou vídeo com exibições fora do país. O vereador quer uma Moção de Repúdio da Câmara de Marabá, por entender que a obra, da forma que foi encenada, passa uma falsa ideia sobre a segurança pública e a sociedade da nossa região para o exterior.
A moção citaria tanto o diretor, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), pela participação na mesma, com cenas que ele considera falsas de violência policial para difundir no exterior como se fossem verdadeiras.
A todo o momento em seu discurso na Tribuna da CMM, nesta manhã de 25 de abril, Araújo destacou que reconhece equívocos e até erro de alguns policiais ao lidar com a manifestação naquele dia, em 1996, mas que a história não tem apenas um lado e que houve agressão também aos policiais e que o clima ficou tenso, em parte, pela violência que também campeava entre os sem-terra. Araújo, à época major, era da inteligência da PM.
Leia mais:Leia, abaixo, a íntegra do documento apresentado pelo vereador em Plenário:
“O MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra gravou imagens que simulam violência policial para incriminar a PM – Polícia Militar do Pará na comunidade internacional.
O vídeo que circula com essa alegação mostra uma peça teatral sobre o ocorrido no município paraense de Eldorado dos Carajás, que vitimou 19 membros do MST em 1996, encenada em um acampamento do movimento.
Vídeos que compartilham as imagens fora de contexto acumulavam centenas de compartilhamentos no Facebook. O conteúdo também circula no Telegram e no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance.
O vídeo que mostra cenas da peça “Antígona na Amazônia” do diretor suíço Milo Rau, têm sido compartilhadas nas redes e mostra que o MST gravou cenas falsas de violência policial para difundir no exterior como se fossem verdadeiras. A encenação que aparece no vídeo foi registrada para fins de reconstituir o ocorrido em Eldorado dos Carajás.
As cenas foram registradas no acampamento pedagógico da Juventude Sem Terra Oziel Alves Pereira, em Eldorado dos Carajás (PA). A montagem do diretor suíço se baseia na tragédia grega escrita por Sófocles para contar a história. A peça estreou na Europa no dia 17 de abril.
As mesmas imagens foram gravadas de ângulos diferentes e divulgadas pela AFP Portugal – Universidade Fernando Pessoa e por um representante da UNMP – União Nacional de Moradia Popular.
A peça em comento transmite a situação de forma distorcida e maldosa, o que, por certo, irá impactar negativamente perante a comunidade internacional, trazendo sérios prejuízos ao agronegócio paraense, considerando o provável entendimento de que a violência policial impera no solo paraense, e que não retrata a realidade.
Naquela ocasião do confronto, policiais militares também foram feridos por ataques dos participantes do movimento chamado “Sem Terra”, inclusive um graduado ficou cego de um olho em consequência dos ferimentos sofridos.
Por dever de justiça, apresento essa moção de Repúdio, requerendo a aprovação dos demais edis dessa Casa Legislativa.
Ao mesmo tempo que, requeiro, caso seja aprovado a presente moção, que seja encaminhada cópia ao Governador do Estado, Secretário de Estado de Segurança Pública, Comandante Geral da PMPA, Sindicato dos Produtores Rurais e Direção do Movimento sem Terra.
Em tempo, informo que essa MOÇÃO DE REPÚDIO conta com o apoio do Sindicato dos Produtores Rurais de Marabá, assim, como, do Núcleo Carajás dos Sindicatos de Produtores Rurais da região, totalizando 16 sindicatos”, diz. (Com Ascom da CMM)