Já sentiu que colegas de trabalho estavam falando em outra língua? O uso excessivo de jargões é reclamação de 58% dos profissionais em todo o mundo, e mais de um quarto dos trabalhadores diz que mal percebe quando fala essas palavras.
Os dados são de uma pesquisa inédita realizada pelo LinkedIn em parceria com o aplicativo de idiomas Duolingo. Foram entrevistados profissionais em oito países e as nações em que trabalhadores mais apontaram o uso de jargões são:
- Índia (78%)
- Vietnã (76%)
- Colômbia (67%)
- Brasil (66%)
- Reino Unido (52%)
- EUA (44%)
- Japão (40%)
- Austrália (38%)
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No Brasil, a pesquisa identificou que as palavras mais utilizadas são:
- Feedback (retorno ou opinião sobre um trabalho realizado);
- Networking (ampliação da rede de contatos);
- Call (chamada ou ligação);
- Job (projeto); e
- Insight (ideia ou solução).
Duas dessas palavras (feedback e networking) estão entre as que mais geram confusão nos profissionais. Os cinco termos mais confusos para o mercado de trabalho brasileiro são:
- Feedback;
- Networking;
- ASAP (sigla para “as soon as possible”, “o mais rápido possível”);
- Briefing (conjunto de informações ou instruções); e
- Brainstorm (conversa para elencar ideias).
O uso comum dos jargões é acompanhado do desejo de abandoná-los. Se pudesse, quase metade (46%) dos trabalhadores entrevistados gostaria de eliminar ou reduzir seu uso.
Na Índia, 70% dos entrevistados demonstraram essa vontade e, no Vietnã, 58%. Nos Estados Unidos, o número chegou a exatos 50%.
O sentimento é mais acentuado entre profissionais norte-americanos mais jovens. Por lá, querem eliminar ou reduzir os jargões:
- 65% dos profissionais millennials e 60% dos profissionais da geração Z (nascidos de 1981 a 2012)
- 50% dos profissionais da geração X e 23% dos profissionais da geração boomer (nascidos de 1946 a 1980)
Segundo os entrevistados, a linguagem gera desentendimento no ambiente de trabalho. Quase dois terços (60%) relataram estresse, redução da produtividade e se sentiram excluídos das conversas porque não dominavam a linguagem.
- 57% das pessoas que participaram do estudo disseram que a incompreensão dos jargões gerou perda de tempo semanalmente, e 32% delas afirmaram que enfrentam o problema várias vezes por semana;
- 40% dos trabalhadores cometeram erros ou tiveram mal-entendidos no trabalho porque não sabiam o significado dos jargões.
Embora a maior parte dos termos seja derivada de palavras-chave do mundo dos negócios em inglês, as confusões e erros acontecem mais nos Estados Unidos (41%) do que no Japão (23%), Colômbia (35%) ou Brasil (28%).
Desigualdade
Trabalhadores ainda relataram que o uso excessivo dos jargões gera desigualdade nas oportunidades de progresso na carreira. 64% disseram que os colegas que têm maior compreensão das expressões recebem mais promoções e aumentos do que os que não dominam a linguagem.
Além disso, 19% dos entrevistados afirmaram que o uso excessivo dos jargões cria ambientes de exclusão e não-pertencimento.
O comportamento afeta mais quem trabalha nos modelos híbrido e remoto, se comparados aos que atuam presencialmente: 71% dos profissionais dos que atuam híbrida ou remotamente se sentem excluídos pelo uso excessivo de jargões, enquanto 54% daqueles que trabalham presencialmente demonstram o mesmo sentimento.
Veja abaixo os termos que mais geram confusão na Índia, Vietnã e Colômbia, campeões do uso de jargão no mundo corporativo:
Índia
- Keep me in the loop
- Take offline
- Win-win situation
- Core competency
- Value-add
Vietnã
- FYI
- KPI
- Low-hanging fruit
- SOW
- By EOD
Colômbia
- By EOD
- ASAP
- KPI
- Out of the box
- FYI
(Fonte:G1)