Cães percebem quando o dono está em perigo e correm mais rápido na direção deles ao ouvir o choro. É o que sugere um estudo publicado na terça-feira (23) por três cientistas dos Estados Unidos na revista científica “Learning & Behavior”.
Os pesquisadores observaram que, diante do perigo, os cachorros se livram do próprio estresse emocional ao ver o amigo humano em apuros e, assim, correm para ajudá-los.
Apenas esse estudo é insuficiente para dizer que os cães entendem o estado emocional dos seres humanos. Porém, em entrevista à rede de televisão norte-americana CNN, os cientistas estão otimistas em saber mais sobre a capacidade de o animal desenvolver empatia.
Leia mais:“É muito interessante pensar que todas essas histórias de cães resgatando humanos podem ter uma base verdadeira”, afirmou à CNN a estudante de psicologia Emily Sanford, co-autora do estudo.
Como descobriram isso?
Os pesquisadores convidaram 34 cães com os respectivos donos para participar do estudo. Os humanos ficaram atrás de uma portinhola de vidro fechada com um ímã — fácil o suficiente para o animal abrir com o menor empurrão.
Em um primeiro momento, os donos falavam “socorro” com tom baixo de voz a cada 15 segundos. Nesse meio tempo, eles murmuravam, sem demonstrar muita emoção, a música “Twinkle Twinkle Little Star” (conhecida no Brasil como “Brilha, Brilha, Estrelinha”). Na segunda etapa, os humanos choravam e gritavam “socorro” em voz de desespero.
Os bichos foram à procura dos donos nos dois casos. Porém, ao examinar a frequência cardíaca dos cachorros no momento do resgate e o tempo que eles demoravam para abrir a porta, os pesquisadores notaram a diferença: os cães socorreram os donos quatro vezes mais rápido quando eles choravam do que quando apenas murmuravam.
No entanto, os próprios pesquisadores relataram à CNN alguns fatores que impedem que o estudo seja considerado definitivo sobre o tema.
“Eu acho que esse estudo é importante porque ajuda a mostrar como os cães podem agir em uma situação de emergência”, afirmou a professora Julia E. Meyers-Manor, pesquisadora sênior do estudo.
(Fonte:G1)