Na manhã desta sexta-feira (21), centenas de pessoas formavam filas em frente a Defesa Civil de Marabá atrás do cadastramento do Programa Recomeçar, do Governo do Estado. Nas redes sociais, vários vídeos viralizaram mostrando a confusão que se instalou nas ruas da Marabá Pioneira. Exaltadas, as pessoas reclamavam sobre a falta de atendimento e informação por parte dos agentes públicos.
Em entrevista à Correio FM e ao Correio de Carajás, o comandante do 5º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM), major Felipe Galúcio, esclareceu dúvidas a respeito do Recomeçar e de como vai funcionar as etapas de cadastramento. “É um benefício para ocasiões extraordinárias, que prevê a concessão de um benefício de um salário mínimo (R$ 1.212,00) para cada família atingida por algum tipo de tragédia. No caso de Marabá, são as enchentes”.
De acordo com o major, na primeira etapa foram atendidas as pessoas que estavam nos abrigos municipais e que foram efetivados pela Prefeitura Municipal de Marabá através da Defesa Civil.
Leia mais:“Com uma estrutura mandada pelo Governo do Estado, conseguimos ir em cada abrigo e levar cada pessoa – porque entendemos que há, inclusive, uma menor possibilidade de transporte – até o Centro Regional de Governo. Fizemos o cadastro e mandamos para os órgãos competentes para que fossem encaminhados ao Banpará para poder receber o benefício”, explica Galúcio.
Questionado pela reportagem se todas as pessoas que estão nos abrigos municipais já foram cadastradas no Recomeçar, o major Felipe Galúcio acredita que sim. Contudo, ele ressalta que se houve, comprovação de que alguma família não foi cadastrada por algum motivo – não estava no abrigo ou entrou depois – será dado todo apoio e feito o cadastramento.
“Foram realizados mais de 600 cadastros. E segundo o relatório que nos é passado todos os dias pela Defesa Civil municipal, o número de famílias que está nos abrigos bate exatamente com o número de cadastros que fizemos”, afirma.
2ª ETAPA
As pessoas que mudaram por conta própria, que são chamadas de desalojados, não foram atendidas nessa primeira etapa. elas serão atendidas a partir deste sábado (22), no Centro Regional de Governo.
Diferente dos desabrigados, os desalojados saíram de suas casas em razão da enchente e não foram para os abrigos municipais. Geralmente, ficam na casa de parentes e amigos ou alugam um outro imóvel.
“Preparamos uma lista, de acordo com os registros que nos foram passados pela Defesa Civil, estratificando por dias o nome das pessoas, para que não tenhamos um fluxo muito grande de pessoas. Além disso, existe um limite de atendimento, já que é humanamente impossível atender todo mundo de uma única vez”, ressalta o major Galúcio.
Todos os dias uma lista com cerca de 500 pessoas, contendo nome e CPF, será divulgada. O comandante afirma que todas as pessoas receberão atendimento. Contudo, é importante ficar atento à divulgação da listagem com os nomes.
“Se o nome da pessoa começa com a letra A e ela não vê o nome dela na lista. Calma, sairão várias listas, todos os dias. Vamos atender todo mundo”, explicando que a lista com os nomes estará fixada na porta do Centro de Convenções, onde o atendimento acontece.
CadÚnico
O decreto do Programa Recomeçar que prevê que o auxílio do benefício, é para pessoas que não tenham a renda maior que três salários mínimos por família. “O CadÚnico é a porta de entrada para todos os benefícios federais, e a pessoa só é cadastrada nele quando tem esse nível de renda”, fala.
Questionado sobre a falta de cadastro no CadÚnico, Galúcio explicou que uma equipe da Prefeitura Municipal de Marabá, através da Secretaria de Assistência Social, tem trabalhado em conjunto auxiliando as famílias que ainda não possuem o cadastro. “Outra opção, é a pessoa procurar o CRAS mais próximo para regularizar sua situação”.
Para efetuar o cadastramento no Recomeçar, além de estar com o nome na lista de atendimento daquele dia, o beneficiário deverá comparecer com seu RG, CPF, conta de luz da residência atingida e o CadÚnico. (Ana Mangas)