Correio de Carajás

Caçamba envolvida em colisão que matou mulher usava adesivo irregular da Sevop

Caçamba envolvida no acidente usava logomarca da Sevop de forma ilegal, segundo a Ascom/ Foto: Evangelista Rocha

O acidente da última sexta-feira, dia 16, provocando a morte de Elieth Alves Pires, de 32 anos, traz à tona um problema sério que vem passando despercebido pelas autoridades locais: a caçamba envolvida no acidente, embora tivesse a logomarca da Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas (Sevop), não pertence à secretaria e muito menos estava prestando serviço para o município.

No final da manhã de sábado, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura (Ascom) entrou em contato com o CORREIO para repassar essa informação. Mas isso não é tudo: existem outros veículos grandes fazendo a mesma coisa. Ou seja, os proprietários mandam imprimir a logo da Sevop em alguma gráfica e colam o adesivo no veículo para não serem incomodados em Blitzen dos órgãos de trânsito.

Em muitos casos, não se trata de veículos que em algum momento foram alugados ou contratados pela Sevop e que nunca tiraram o adesivo da secretaria por esquecimento. Trata-se de má fé mesmo, de pessoas agindo deliberadamente para burlar a fiscalização de trânsito, diz a Ascom.

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O ACIDENTE

O acidente em questão – que motivou a descoberta dessa irregularidade – aconteceu entre o Hotel Golden Ville e o Magazan Líder, área duplicada no perímetro urbano da BR230, na altura da Folha 31. A vítima estava com uma senhora idosa e duas crianças em um automóvel Gol que foi atingido na traseira por uma caçamba. Só Elieth morreu.

O motorista da caçamba, identificado como Leandro Rodrigues dos Santos, fugiu do local do sinistro, abandonando a caçamba. Horas mais tarde ele se apresentou na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil acompanhado de um advogado. Ele foi submetido ao bafômetro e foi constatado que ele não tinha bebido. Em seu depoimento o motorista diz que seu veículo foi “fechado” por outro, o que o obrigou a desviar e acabou atingindo o carro da vítima na traseira, em cheio.

Para a polícia, o motorista Leandro – que é habilitado – disse que fugiu sem prestar socorro à vítima porque temia ser agredido pela multidão. Mas esse não é o procedimento correto, segundo explicou o delegado Vinícius Cardoso das Neves, diretor da 21ª Seccional.

“Na verdade, o correto é que o condutor que se envolva num acidente que permaneça no local do fato e que preste todo auxílio necessário”, relata o delegado, acrescentando que o motorista foi liberado e irá responder por homicídio culposo na direção de veículo automotor.

SAIBA MAIS

Diante da fraude que vem acontecendo, envolvendo o nome da Sevop, o Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (DMTU) foi orientado a fazer uma espécie de “pente fino” para identificar a possível ocorrência desse tipo de situação ilegal nas ruas da cidade.

(Chagas Filho)