Pela primeira vez o Estado do Pará contará com uma policial militar nas Forças de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU). A cabo PM Darilene Castro Monteiro Moura, integrante da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), unidade vinculada ao Comando de Missões Especiais (CME) da Polícia Militar, deve trocar a boina preta pela azul em missão no continente africano, no período 2019-2020.
A militar paraense participou de um processo de seleção entre os dias 9 e 12 deste mês, no Centro Conjunto de Operações de Paz da ONU no Brasil Sérgio Vieira de Melo, localizado no Estado do Rio de Janeiro. Essa foi a primeira vez que a instituição abriu as portas para o ingresso de praças juntamente com oficiais.
O processo de seleção recebeu 208 inscrições de militares de todo o País, mas apenas 52 foram escolhidos. Desses, nove são mulheres. Da região Norte foram escolhidas militares do Pará e dos Estados do Acre e Amazonas. “Eu fiquei muito emocionada no momento do resultado. A vontade era de chorar, mas me contive. Foi um misto de alegria por ter sido selecionada, mas de tristeza de testemunhar que amigos não tiveram o mesmo resultado”, disse a cabo sobre o processo seletivo. “Agradeço a Deus, à Polícia Militar como um todo, ao meu Comando, aos amigos e todos que me ajudaram nessa caminhada”, ressaltou.
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A cabo Darilene já escreve um importante capítulo na história da Polícia Militar paraense. Na ONU, ela vai colaborar para que a instituição incremente o número de policiais militares femininas presentes nas missões, em 14 países que recebem as ações das Forças de Paz. A intenção da Organização das Nações Unidades é ampliar os atuais 20% de participação de mulheres, a fim de atingir o patamar de 50% do número total de militares selecionados em seus processos.
Aos 32 anos, a cabo Darilene Castro Monteiro Moura, nascida em Belém, está há nove anos na PM. Casada e mãe de um menino, ela está concluindo o curso de Licenciatura em Letras na Universidade Federal do Pará (UFPA), com habilitação em Língua Francesa. O domínio do idioma, adquirido durante a graduação, também ajudou Darilene a passar pelo processo do CCOPB.
A militar poderá defender o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) já no continente africano, pois existe a possibilidade de ser convocada antecipadamente. “Eu já estudo há seis anos a língua francesa, leciono em escolas e reforço com a produção dos relatórios feitos em sala de aula”, contou Darilene, que sempre sonhou com a carreira militar, seja nas Forças Armadas ou na Polícia Militar.
Na primeira etapa da seleção no Rio de Janeiro, Darilene usou os conhecimentos para acertar as 10 questões de um questionário em francês, e ainda produziu um resumo a partir de áudio também em língua francesa.
Após passar pela aprovação no idioma, ela participou de entrevista com representantes da ONU. A experiência como militar, em atuação na Rotam e em segurança de autoridades, além da atividade de técnica em enfermagem desenvolvida antes do ingresso na Polícia Militar, foram determinantes para o credenciamento da militar paraense ao estágio preparatório, previsto para junho de 2019, no Rio de Janeiro, com duração de dois meses. Mas a cabo Darilene pode embarcar antes do programado, devido ao conhecimento da língua francesa.
Ela ainda passou pelos testes de direção defensiva e de tiro. Este a credenciou a utilizar armamento nas missões da ONU. “Já estou realizando exames e na expectativa de ser convocada”, declarou a militar.
(Agência Pará)