Correio de Carajás

Briga entre Postura e comerciante de frutas ganha novo episódio

Após o Portal Correio de Carajás ter sido acionado na última sexta-feira (5) pelo empresário Júnior Saraiva, denunciando ter sido agredido pelo chefe do Departamento de Postura do município de Marabá, Túlio Rosemiro, a briga entre o órgão de fiscalização e o vendedor de frutas ganhou novo capítulo na manhã de hoje, terça-feira (9).

Novamente a equipe da Postura foi ao local onde o denunciante mantém um caminhão carregado predominantemente de melancias e laranjas, desta vez acompanhada por uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF), para retirá-lo do ponto, no canteiro do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte, às margens da Rodovia Transamazônica (BR-230).

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Ao ser ouvido pela Reportagem, Júnior Saraiva reiterou as reclamações feitas anteriormente. “Cheguei em Marabá para morar, meu ramo é esse. Tenho 50 carros em Balsas (MA) e tenho 25 para trazer para Marabá. Cheguei aqui querendo pagar impostos, já fui na Postura três vezes, não resolvem nada, querem que eu vá embora aqui. Querem que só o concorrente possa vender laranja aqui”, afirma, se referindo a outro carro que permanece estacionado próximo comercializando as frutas.

Ele pede ajuda da Câmara Municipal de Vereadores para se manter em Marabá, alegando já ter sido retirado de dois lugares diferentes pela Postura. “Sou cidadão, quero trabalhar, quero pagar meus impostos e não querem me aceitar. Eu só vendo a varejo, a população está toda satisfeita porque a gente tem preço bom. Quero saber qual o motivo para não quererem que eu fique em Marabá”.

Ele acrescenta que já contratou sete pessoas na cidade e transferiu a empresa que possui para a cidade paraense, contribuindo com os impostos. “Acabo humilhado em praça pública pelos caras da Postura. Ele chegou aqui, me empurrou, me chamou de vagabundo, machucou meu dedo, quebrou a tela de celular. Todo lugar que eu boto eles me tiram, nunca vi algo assim”, diz, se referindo à confusão relatada na última semana.

Túlio Rosemiro, por sua vez, alega que o empresário está agindo ilegalmente na cidade. “Não pode chegar da forma como ele chega bagunçando a cidade. Marabá não é mais favela, não é um lugar que onde pode chegar e montar uma frutaria, tem que ver as normas com a Prefeitura Municipal, pedir autorização e ver se o local é capaz ou não. A cidade hoje tem o muro alto porque tem boa gestão, estamos organizando a cidade e não vamos permitir bagunça em Marabá”, declarou.

O chefe da Postura acrescenta que o empresário deve procurar a Secretaria de Fazenda para regulamentar a situação e alugar um ponto. “Ele tem carretas e acha que tem que ficar como feirante em Marabá. Ele tem que procurar um ponto e seguir o comércio dele. Aqui, no DNIT, é um lugar perigoso, passa caminhão aqui o tempo todo e pode até causar algum acidente. Se ele tem firma registrada, então ele aluga um galpão e faz a feira dele, em área pública de Marabá não vai ser permitido”, sustentou. A Postura não se posicionou sobre o outro vendedor existente no local.

MELANCIAS X LARANJAS

Como relatado na última semana, Junior inicialmente teria se instalado na Feira da Folha 28, porém foi notificado pelo Departamento de Postura de que não poderia permanecer naquele local. Procurou então a instituição e questionado sobre o que queria vender respondeu que melancias, recebendo autorização e se instalando em frente ao Dnit.

Alguns dias depois, ao receber laranja e tanja, foi informado de que não poderia vender esse tipo de fruta. Recebeu então a visita da equipe da Postura e afirmou ter sido humilhado e agredido.

“Chegaram jogando minha mercadoria, jogaram em cima do carro, roubaram minha mercadoria. Entrei no meio pedindo pra não fazerem isso e ele me empurrou, cortou meu dedo, meu celular trincou a tela porque bati a mão na carroceria do carro e levaram minha mercadoria”, narrou, na ocasião.

Na última semana, procurada pelo Portal, a assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Marabá informou que o denunciante possuía autorização apenas para comercializar melancias e que será apurado pelo órgão se houve agressão por parte dos servidores públicos contra o homem. (Luciana Marschall – com informações de Josseli Carvalho)