Correio de Carajás

Brasil encara Sérvia em duelo final por título inédito do Mundial

Seleção enfrenta rivais neste sábado, em Apeldoorn, às 15h, em busca do único título que falta em sua galeria.

Gabi festeja ponto contra a Itália — Foto: Divulgação/FIVB

Enfim, o último passo. Neste sábado, o Brasil entra em quadra em busca de um inédito título do Mundial de vôlei feminino. Depois de 11 jogos em três semanas, a seleção de José Roberto Guimarães encara a Sérvia na decisão em Apeldoorn, na Holanda, às 15h (horário de Brasília). É o desafio final que separa o grupo da conquista do título que falta à coleção do país bicampeão olímpico.

Foi um percurso e tanto. Antes mesmo de começar a competição, foram oito semanas de preparação. Até a final, dez vitórias e uma derrota, ainda na primeira fase, para o Japão. A única até aqui. A partir daquele jogo, a seleção mudou a postura e construiu seu caminho rumo à decisão contra a Sérvia. Acumulou vitórias contra o próprio Japão, nas quartas, Itália, duas vezes, China, Holanda, Bélgica e Porto Rico. E, a cada jogo, se firmou como forte candidata ao título.

A seleção tem seus pilares em Gabi, Carol, Carol Gattaz e Macris. As quatro formam a base de uma equipe que se transforma. Contra a Itália, Rosamaria, Lorenne e Nyeme ganharam as vagas no time titular. Diante da Sérvia, porém, Zé Roberto ainda vai definir o esquema para buscar o título mundial.

Leia mais:

– Não tem surpresa. A gente observa no treinamento quem está desenvolvendo bem, com confiança. É em cima disso. De aproveitamento. Lógico, alguma pode começar, não se apresentar bem e ser substituída. Isso faz parte. A força do Brasil tem sido justamente essa. Poder rodar, trocar e quem entrar manter o nível. E ajudar o tempo inteiro. Se for sempre assim, ótimo. Porque a gente precisa.

Zé Roberto festeja ponto do Brasil contra a Itália — Foto: Divulgação/FIVB
Zé Roberto festeja ponto do Brasil contra a Itália — Foto: Divulgação/FIVB

Do outro lado, um rival invicto. A Sérvia ainda não perdeu neste Mundial. No confuso regulamento montado pela Federação Internacional, será a primeira equipe da outra chave no caminho do Brasil.

– Apesar de termos jogado contra elas na Liga das Nações, é um adversário estranho. Apesar de termos recebido vídeos dos jogos do outro lado da chave, não é a mesma coisa. Tivemos referências das nossas, repetimos jogos. Mas é uma mudança significativa com a entrada da Boskovic. Qualquer dificuldade, bola na Boskovic. Time melhorou, evoluiu e não perdeu nenhum jogo até o momento. Vai ser um grande adversário. Tem muito detalhe em jogo para acontecer.

Boskovic, claro, aparece como o principal nome. Poupada na Liga das Nações, a oposta não demorou a se mostrar fundamental no Mundial. Dona de ataques altos e certeiros, tem 216 pontos até aqui: 195 de ataque, 13 de bloqueios e oito de saque. Está em quarto lugar nas estatísticas, mas com menos sets disputados. Egonu, com 250, jogou três sets a mais. Ela, porém, tem o melhor aproveitamento da competição, com 55,4% de sucesso.

– Isso você pode colocar na conta dela. É um time muito bom. (Brankica) Mihajlovic ajudando, Busa tem entrado muito bem. As duas centrais jogando muito bem, e a levantadora usando bem as atacantes. Agora, nossa amiga oposta, pode colocar uns 30 pontos. A gente vai tentar segurar um pouco. Mas a gente sabe que é uma jogadora extremamente habilidosa – disse Zé Roberto.

No treino de sexta-feira, Zé Roberto tentou preparar o time para o duelo contra Boskovic. Durante a atividade, contou com a ajuda de Denis Moraes, analista de desempenho da seleção e ex-jogador, para simular os ataques da sérvia. Trabalhou todo o posicionamento da defesa e do bloqueio na expectativa de parar a atacante.

– Última vez que jogamos contra ela foi nas Olimpíadas de Tóquio. A gente sabe que ela joga alto, trabalha. Achei que ela melhorou muito também na defesa, no bloqueio. Saque sempre foi muito contundente, agressivo. Mas acho que precisamos pensar nisso. Jogar como um time, como a gente tem jogado. A força desse time é exatamente essa energia. E de não largar o jogo – afirmou o técnico.

O Brasil chega à quarta final de Mundial. Até aqui, levou a pior em 1994, para Cuba, e em 2006 e 2010, para a Rússia. Zé Roberto esteve à frente da seleção nas duas últimas medalhas de prata. O técnico também comandou o time na campanha do bronze em 2014 e no sétimo lugar em 2018.

Números de Brasil x Sérvia:

 

Total de jogos: 25
Vitórias do Brasil: 22
Vitórias da Sérvia: 3

  • O Brasil não perde para a Sérvia há quatro anos (ou 6 jogos). A última derrota foi no Mundial de 2018, quando a seleção foi derrotada por 3 x 0 (25/21, 25/18 e 25/19), ainda pela primeira fase;
  • Brasil e Sérvia vão se enfrentar pela 4ª vez em um Mundial. Nos três confrontos anteriores, foram duas vitórias do Brasil e uma vitória da Sérvia:
    – 2006: Brasil 3 x 1 Sérvia (ainda como Sérvia e Montenegro) – semifinal;
    – 2014: Brasil 3 x 1 Sérvia – 1ª fase;
    – 2018: Brasil 0 x 3 Sérvia – 1ª fase.
  • Essas são as três únicas vitórias da Sérvia em toda a história contra o Brasil:
    – 2 x 3/Grand Prix 2016
    – 0 x 3/Grand Prix 2017
    – 0 x 3/Mundial 2018
  • A Sérvia disputa sua segunda final de Campeonato Mundial na história. Na única decisão até aqui, em 2018, venceu a Itália por 3 x 2 (21/25, 25/14, 23/25, 25/19 e 15/12).

(Fonte:G1)