O momento vivido pela Seleção Brasileira não é apenas ruim. É mais que isso. O Brasil vive um momento de desinteresse por grande parte dos torcedores brasileiros. Até mesmo os aficionados por futebol parecem não dar muita atenção à histórica Seleção Canarinho. O “time da CBF” está em quarto lugar na classificação geral, numa campanha extremamente claudicante. E é justamente neste cenário que o Brasil enfrenta o Uruguai, que sempre foi um osso duro de roer. A partida será nesta terça-feira (19), às 21h45, na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA).
O Brasil vem de um empate tosco contra a “grande” Venezuela, com direito a pênalti desperdiçado por um irritado Vinícius Jr., que, apesar de ser o ponto de desequilíbrio da seleção (com a bola no pé), tem sido também desequilibrado, quando o assunto é cabeça no lugar.
Já o Uruguai, segundo colocado na classificação geral, vem de uma vitória heroica diante da Colômbia, por 3×2. A Celeste Olímpica tomou o empate aos 52 minutos da 2ª etapa, mas foi lá e fez o gol da vitória aos 55m, mostrando que não está morto quem peleja.
Leia mais:São momentos distintos pelas duas seleções. Os de lá conseguem atuar de forma convincente pela sua seleção, assim como fazem nos clubes onde atuam. Já os de cá parece que sentem o peso das cinco estrelas no peito. Vinícius Júnior é o maior símbolo dessa estranha mudança de rendimento. O astro do Real Madrid anda até perdendo pênalti e a paciência em campo.
O técnico Dorival Júnior parece não conseguir tirar dos atletas aquilo que de melhor eles têm. O Brasil é previsível. É como ter um barco a motor e “insistir em usar os remos”.
Prós e contras
O Brasil tem até um trunfo que no atual momento é mais importante do que já foi noutros tempos: joga em casa. Mas talvez isso não queira dizer muita coisa. Basta lembrar que o Uruguai foi responsável pelo segundo maior vexame da seleção em mundiais, que foi a perda da Copa de 1950 diante de 200 mil pessoas em pleno Maracanã.
Ah, mas isso faz muito tempo. Além do mais, o jogo agora é na Bahia, que geralmente acolhe bem a Seleção. Pois é, mas foi em Salvador, no ano de 1983, que o Uruguai venceu uma Copa América em cima do Brasil. Aliás, não era qualquer seleção não. Era o time de Zico Cia.
Aliado a isso, os últimos jogos entre Brasil e Uruguai foram uma vitória da Celeste pelas eliminatórias e uma desclassificação na Copa América, após um empate em 0x0 que o Brasil conseguiu sabe lá Deus como, mas depois caiu nas cobranças de pênalti. Ou seja, dois triunfos uruguaios.
Das consequências
Um fracasso nesse jogo – a depender do placar e da forma como ele for construído – pode representar o fim da breve “era Dorival Jr.” na Seleção Brasileira. O treinador sabe que está “na corda bamba de sombrinha e em cada passo dessa linha pode se machucar”.
Diante do quadro que se pinta, poder-se-ia dizer que o Uruguai é favorito. Sim! Mas o Brasil não está morto e este jogo pode ser um recomeço, um reencontro do Brasil com o Brasil mesmo. Afinal, “a Bahia sempre será a Bahia”.
SAIBA MAIS
O Brasil, provavelmente, vai a campo com Ederson, Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Abner; Bruno Guimarães, Gerson e Raphinha; Vini Jr., Igor Jesus e Savinho. (Fonte: GE)
(Chagas Filho)