Romário e Bebeto formaram a melhor dupla de atacantes que já vi na vida. Dunga foi talvez o maior líder que uma seleção brasileira já teve. Aldair foi, pra mim, o melhor zagueiro da história da seleção. É fácil dizer tudo isso agora, mas seria possível fazer essas afirmações em 19 de junho 1994? Um dia antes da estreia da Seleção Brasileira na Copa dos EUA.
Incomodando
Escrevo para incomodar e para refletir. Vejo muitas semelhanças entre o momento vivido hoje pela Seleção com aquele vivido 31 anos atrás. Quando o Brasil entrar em campo na próxima Copa estará completando 24 anos desde o último título, em 2002. A situação é exatamente igual à de 1994. Naquela ocasião o Brasil também estava 24 anos sem um título, pois tinha sido campeão em 1970. As coincidências não param por aí.
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Retranca
Para tentar ser campeão, o Brasil deu alguns passos para trás e montou um time retranqueiro, duro, de muita marcação com um técnico pragmático. O Brasil naquela Copa fez apenas 11 gols e tomou só 3. O cenário é muito parecido e agora eu vou chegar no ponto que incomoda.
Um título muda tudo!
Romário, Bebeto, Dunga, Aldair, Taffarel ficaram do tamanho que ficaram porque foram campeões mundiais. Antes disso, o que existia em torno deles era desconfiança. O Brasil já não tinha mais o brilho do passado. Quero dizer com isso que os jogadores atuais são tão bons quanto os da geração do tetra? Não. Mas seriam aqueles jogadores tão grandes se não tivessem ganhado a Copa? E esses que jogam agora será que são tão ruins assim? O tempo dirá. Mas, por enquanto, tudo é apenas uma coincidência.