Correio de Carajás

Braille: Núcleo de Acessibilidade possibilita leitura através do código

Sistema Braille é um código formado por sinais em relevo que possibilitam a leitura e escrita das pessoas com deficiência visual, parcial ou total

Quatro de janeiro é o Dia Mundial do Braille e para falar sobre isso, nada melhor que ouvir uma especialista. O repórter Marcos Fabrício, da TV Correio, conversou com Lúcia Santos, pedagoga e coordenadora do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica (NAIA), na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).

Lá os estudantes com deficiência visual têm a oportunidade de aprender a ler através do tato das mãos, utilizando de diversos objetos criados na instituição e usados nessa “alfabetização”.

 “A gente recebe todo o material que os professores usam nas salas de aula, com os alunos, e aí a gente faz a adaptação para o braille. Nós temos a impressora, a servidora que trabalha no departamento conhece a código e é possível fazer toda essa adequação”, explica a especialista.

Leia mais:
Lúcia Santos explica para a reportagem da TV Correio sobre o método que permite que pessoas cegas leiam através das mãos

Todos os tipos de materiais são adaptados, seja imagens, cálculos ou textos, detalha Lúcia. Ela revela ainda que o atendimento aos estudantes cegos não se limita ao braille, mas também são realizadas leituras de material, ensino sobre aplicativos que os alunos não sabem utilizar, descrição de imagens e demais suportes que os estudantes precisem, sejam eles usuários ou não de braille.

A reportagem da TV Correio apurou que de acordo com a União Mundial de Cegos, apenas 5% dos livros do mundo são transcritos para o braille. Nos mais pobres, o percentual cai para 1%.

O CÓDIGO

O sistema Braille de escrita e leitura foi criado há cerca de 200 anos na França. No Brasil, ele chegou por meio de José Álvares de Azevedo, que aprendeu a técnica quando era criança e se dedicou a disseminá-la, com apoio do Imperial Instituto de Meninos Cegos, hoje Instituto Benjamin Constant (IBC), no Rio de Janeiro.

O código é tradicionalmente escrito em papel relevo. Mas os usuários do sistema braille podem ler em telas de computadores e em outros suportes eletrônicos graças a um mostrador em braille atualizáveis.

O NAIA

Conforme divulgado em sua página oficial na internet, “a história do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica – NAIA começou ainda na fase de implantação e estruturação da Unifesspa desvinculada da Universidade Federal do Pará – UFPA em 05 de junho de 2013.

A unidade tem desempenhado diversas funções relacionadas à acessibilidade e inclusão que abrange ações de formação para o público interno e externo da universidade, orientar a organização e a acessibilidade nos espaços físicos da Unifesspa, divulgação de orientações sobre acessibilidade pedagógica, produção de materiais didáticos acessíveis e acessibilização da bibliografia utilizada nos cursos de graduação com alunos com deficiência, além de ações que visam assegurar a permanência dos alunos com deficiência por meio de auxílios financeiros destinados à aquisição de materiais pedagógicos e tecnologias assistivas.” (Luciana Araújo, com informações de Marcos Fabricio/TV Correio)