Após a grande polêmica desta semana envolvendo a ex-mulher de Jair Bolsonaro (PSL), que, segundo a Folha de S. Paulo, disse ter sido ameaçada de morte por ele, agora é a vez da revista Veja divulgar sua matéria de capa da próxima semana, em que diz ter tido acesso a um documento de mais de 500 páginas em que há uma série de incriminações entre os dois.
De acordo com a matéria publicada nesta quinta-feira (27), Ana Cristina Siqueira Valle, que hoje usa o nome de Cristina Bolsonaro em sua campanha para deputada federal, entrou com um processo em abril de 2008 na 1ª Vara de Família do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ao alegar que seu marido na época não aceitava fazer uma partilha justa dos bens no processo de separação deles.
A Veja destaca quatro pontos entre as diversas acusações feitas por Ana Cristina no processo. O primeiro envolve ocultação de patrimônio em 2006. Na época, quando se candidatou para deputado, Bolsonaro disse ter um terreno, uma sala comercial, três carros e duas aplicações financeiras, que somavam R$ 433.934.
Leia mais:Sua ex-mulher, porém, apresentou uma declaração de imposto de renda em que ainda haviam três casas, um apartamento, uma sala comercial e cinco lotes, que somados chegariam a R$ 7,8 milhões nos valores de hoje. Em entrevista para a revista, o advogado Daniane Furtado disse que a omissão de bens na declaração pode ser enquadrada como crime de falsidade ideológica e sonegação.
Em outro ponto, Ana Cristina diz que o agora candidato à Presidência tinha uma “próspera condição financeira” na época em que eram casados. Ela diz que a renda mensal de Bolsonaro chegava a R$ 100 mil, mas, oficialmente, ele recebia R$ 26.700 como deputado e R$ 8.600 como militar da reserva. Ela não explica de onde vinha o resto da renda.
Uma terceira acusação destacada pela Veja aponta que Ana Cristina acusou Bolsonaro de ser um marido de “comportamento explosivo” e de “desmedida agressividade”, o que a teria feito pedir a separação.
Na principal acusação, Ana Cristina diz que seu ex-marido furtou seu cofre numa agência do Banco do Brasil, em outubro de 2007, e levou todo o conteúdo. Entre os bens estavam joias avaliadas em R$ 600 mil, além de US$ 30 mil e R$ 200 mil em espécie. A revista conversou com Alberto Carraz, um dos gerentes do Banco do Brasil, que se diz amigo de Bolsonaro até hoje.
Ele contou que realmente o conteúdo do cofre sumiu e que Bolsonaro, ao saber que sua ex-mulher tinha feito um registro de ocorrência disse na época que “iria resolver a questão”. O processo seguiu na época e houve uma troca de acusações, em que ela o acusava do furto enquanto o deputado dizia que ela teria sequestrado o filho, levando-o para a Noruega.
É neste momento que a história se encontra com as denúncias mostradas pela Folha de S. Paulo nos últimos dias. E foi no momento em que ele anexou no processo as acusações de sequestro que o casal chegou a um acordo para encerrar o processo.
A Veja conversou com a ex-mulher de Bolsonaro, que negou as acusações dizendo que “quando você está magoado, fala coisas que não deveria”. Sobre os altos rendimentos e os bens não declarados, ela desconversou e disse que não se lembrava de ter dito isso. No caso do comportamento do candidato, ela fala outra coisa agora: “Bolsonaro é digno, carinhoso, honesto e provedor. Apesar de ‘machão’, ama os filhos incondicionalmente e trata suas mulheres como princesas”. (InfoMoney)