Correio de Carajás

“Boa noite Cinderela” mata metalúrgico em Marabá

Deijames morreu provavelmente intoxicado com alguma substância química

O que seria uma noitada de farra e diversão se transformou em tragédia em Marabá. Três amigos conheceram duas garotas durante um show e acabaram indo todos para a casa de um deles. Mas no dia seguinte, um bateu o carro, bêbado; o outro ficou “apagado” durante 12 horas; e o terceiro morreu. As duas mulheres fugiram levando pertences das vítimas, inclusive celulares. Trata-se do famoso golpe chamado de “Boa noite Cinderela”.

A vítima fatal é Deijames Soares da Silva, de 37 anos, que completaria 15 anos de trabalho em uma grande siderúrgica da cidade no mês que vem. O que ficou desacordado seria o dono da casa, identificado como Janilson dos Santos Silva, que também trabalha na mesma siderúrgica. Já a terceira vítima não foi identificada pela reportagem.

O caso se deu na Rua São José, Bairro São Félix II, na madrugada do último dia 5, aniversário de Marabá. Mas somente agora a Imprensa teve acesso a algumas informações que envolvem o caso.

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De acordo com a Polícia Civil, o crime foi descoberto por familiares do dono da casa, que entraram no imóvel e se depararam com Janilson e Deijames caídos, enquanto o terceiro amigo já tinha ido embora.

O metalúrgico foi encontrado já sem vida no pátio interno da residência

Ouvido por este CORREIO sobre o assunto, o delegado Vinícius Cardoso das Neves, superintendente regional de Polícia Civil, disse que, inicialmente, eles foram mesmo vítimas de um golpe. “Ao que tudo indica, essas mulheres colocaram substância química na bebida desses homens para que adormecessem e assim pudessem roubar os objetos. É o que é conhecido como o golpe ‘Boa noite Cinderela’”, declarou o delegado.

O crime agora está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios da Polícia Civil, que aguarda o laudo conclusivo do Instituto Médico Legal (IML) para saber se a vítima e o sobrevivente foram mesmo contaminados com algum entorpecente.

“O caso é encarado como roubo em relação à vítima que sobreviveu e pode ser capitulado inclusive como latrocínio em relação à vítima de veio a óbito”, explica o delegado Vinícius Cardoso.

Conhecido entre amigos e colegas de trabalho como “Rosinha”, Deijames Soares da Silva atuava como operador na área de refratários da siderúrgica. Ele foi sepultado na cidade de Olho d’Água das Cunhãs, localizada na mesorregião do centro maranhense, onde vive grande parte de sua família.

(Chagas Filho, com informações da Polícia Civil)