Correio de Carajás

Biomedicina: Falta de professores afeta, agora, os estágios, dizem os alunos

Os 15 estudantes da turma de Biomedicina 2017, da Universidade do Estado do Pará (UEPA), em Marabá, estão apreensivos com a falta de professores, que pode colocar em xeque a formação deles. O que mais aflige a turma neste momento é que não há professor para acompanhar o Estágio Supervisionado, disciplina obrigatória.

Para falar sobre o assunto, estiveram na Redação do Correio de Carajás, os acadêmicos Amanda Beatriz Adriano da Silva, João Alphonse Apóstolo Heymbeeck e Letícia Souza Vieira. Eles explicaram que a turma deveria se formar em junho de 2021, mas o calendário acadêmico está sendo atualizado devido à pandemia. Ocorre que este não é o principal problema.

O grande “nó” é justamente a falta de um quadro de professores para ministrar as disciplinas. Por conta disso, eles já protocolaram denúncia no Ministério Público do Pará (MPP), onde foram aconselhados a levar o caso ao conhecimento do Ministério Público Federal (MPF), o que também já fizeram.

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Os estudantes lembram que no ano passado fizeram a mesma cobrança e não houve resposta. Pelo contrário, eles se sentiram reprimidos, mas continuam lutando porque o problema foi resolvido apenas parcialmente naquele momento e agora a turma está novamente diante da ausência de professores.

De acordo com os alunos, do processo seletivo de 2018 apenas um professor temporário foi chamado, ao passo em que não faltam editais de concursos e contratação para outros cursos. Mesmo assim, eles consideram que todas as áreas têm alguma demanda e sua própria luta por melhoria de estrutura. “A gente acha que isso é um descaso”, resume Amanda Beatriz.

Eles não criticaram a coordenação local pelo que ocorre, pois a coordenação, segundo os estudantes, vem cobrando convocação de professores, desde 2016. Os documentos vêm sendo recebidos na sede da UEPA, em Belém, mas não há resposta.

Além disso, os estudantes também entraram em contato com um deputado estadual, que cobrou uma explicação da UEPA em Belém, mas a resposta foi apenas de que a demora para a convocação ou contratação de professores estava esbarrando em entrave burocrático, mas os alunos observam que não há entraves para o curso de Medicina, apenas para o deles.

Outra crítica feita pelos futuros biomédicos é de que o próprio Twitter oficial do governo do Estado confirmou que vai abrir curso de Medicina em Castanhal, ao mesmo tempo em que deixa os campi do interior sem infraestrutura. Além disso, os estudantes observam que foram pressionados a voltar às aulas de forma presencial, mas não conseguem nem mesmo professores quanto mais as condições mínimas sanitárias.

UEPA RESPONTE

A reportagem manteve contato com a UEPA, em Belém, que enviou nota informando que, para atender à demanda do Curso de Biomedicina em Marabá, contratou neste mês de dezembro uma docente para a área de conhecimento “Patologia/Tópicos Especiais em Patologia/Imunologia”. Segundo a UEPA, a profissional já integra o quadro docente e assim dará continuidade às disciplinas.

Já em relação ao Estágio Supervisionado, a instituição explica que está em fase final a contratação de um professor, em caráter de urgência. A previsão é que até esta sexta-feira (18) seja efetivada a admissão.

Por fim, “a UEPA reafirma o compromisso com a educação e empenha esforços para solucionar a contratação de professores, sem prejuízos à continuidade do calendário acadêmico no Campus VIII”, que funciona em Marabá.