Correio de Carajás

Bióloga cria vaquinha para cursar doutorado em Marabá

Pamila Nayana Ferreira Ramos, de 34 anos, já atravessou a fase mais difícil para ingressar no Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Rede Bionorte, que congrega Instituições da Amazônia Legal. Ela conquistou uma vaga para ser orientada pela doutora Monica Lima Maximino, que é professora da Universidade do Estado do Pará (Uepa). O problema que encara agora atravessa questões financeiras, uma vez que a orientação deve ser feita em Marabá, mas Pamila vive no Mato Grosso.

Para tentar se manter na cidade paraense, abriu uma vaquinha online e pede a colaboração das pessoas, já que vai precisar se afastar das atividades que exerce em uma instituição de ensino superior pública. Conforme informou ao R7, inicialmente o objetivo é alcançar R$ 10 mil, valor que deverá custear mudança e os primeiros meses em Marabá.

Ainda ao veículo online, ela informou ter se formado em biologia pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e fez mestrado em recursos hídricos. “Após terminar minhas especializações, começou a corrida para conseguir ingressar no meu sonho do doutorado, porém, só em 2017 fui agraciada e consegui entrar, mas minha luta continua”, destacou ao R7.

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Ao Correio de Carajás, a professora Monica Lima Maximino explicou que a Rede Bionorte credenciou professores em Marabá para ministrar disciplinas e orientar alunos de doutorado. Segundo ela, em Marabá há um grupo de trabalho – formado por ela e pelos professores Caio Maximino e Diogenes Siqueira Silva – que tem alcançado bons resultados na área da neuropsicofarmacologia, escolhida por Pamila.

“Temos parceiros externos, inclusive internacionais, a produção não tem apenas relevância regional e vem sendo publicados trabalhos em revistas internacionalmente reconhecidas. Por conta disso, nosso grupo vem sendo chamado para colaborações internacionais e acredito que ela considerou isso na hora de nos procurar. Embora fosse um grupo não localizado em uma região central é um grupo altamente produtivo dentro desta área”, explicou.

As vagas de seleção foram abertas pela professora em 2017 e, pela distância, a professora – que pesquisa o uso potencial de fármacos para tratamento de transtornos psicológicos – não priorizou inicialmente Pamila, mas a candidata acabou chamando a atenção ao longo do processo.

“Chegou na fase de entrevistas para saber se eu poderia orientar e ela foi excepcional na entrevista. Ela sabia o que eu fazia, sabia o que ela queria e mostrou autonomia nas conversas que é o que se espera de um aluno de doutorado. Falei que orientaria, mas que ela precisaria vir para Marabá porque não existe fazer doutorado à distância, ainda mais com a linha que trabalhamos, que envolve trabalho de bancada, manipular animais”, diz.

Por fim, a professora diz que Pamila já esteve em Marabá e em Belém e já cursou disciplinas do programa. “Eu me sinto honrada de ter sido escolhida como orientadora e acredito que ela vai fazer excelente trabalho”. Até a data de hoje, sexta-feira (22), Pamila havia arrecadado R$ 2.165,00. Quem tiver interesse em doar deve acessar o link: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/me-ajudem-a-ser-doutora . É possível, ainda, realizar depósito de qualquer valor em sua conta do Banco do Brasil, agência: 3943-8 e conta corrente: 11241-0 – Pamila Nayana Ferreira Ramos.  (Luciana Marschall – com informações de R7)