📅 Publicado em 19/10/2025 11h23✏️ Atualizado em 19/10/2025 11h29
Após menos de quatro horas de caminhada, a berlinda com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré chega, enfim, ao Santuário, na Folha 16. Os 7,5 quilômetros percorridos entre a Marabá Pioneira e a Nova Marabá podem parecer longos para quem olha de fora, mas, para os devotos, não há sacrifício, apenas gratidão e uma fé inexplicável.
Sob o sol forte e um céu azul “de praia”, os romeiros saíram da Avenida Antônio Maia, passaram pelo “bambuzal” e lá rezaram ajoelhados. Também seguiram pelo trevo que divide os núcleos Cidade Nova, Marabá Pioneira e Nova Marabá. Já em ruas duplicadas, a multidão se espalhou na altura da Vila Militar Castelo Branco, mas seguiu unida em um só pensamento: Maria passa na frente.
Enquanto a berlinda seguia pela VP-8, atrás dela ia uma multidão de milhares de pessoas, umas pagando promessas, outras agradecendo e muitas apenas caminhando e professando sua fé em silêncio. O número exato é difícil de estimar, até mesmo porque muitos romeiros se juntam à multidão em diferentes pontos do percurso, e outros, por motivos diversos, deixam a caminhada antes da chegada ao Santuário.
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O calor marabaense, que ultrapassa os 30 °C, exige fisicamente dos romeiros, que são abençoados com entregas de água ao longo do percurso. Mais de 30 carros foram vistos doando o líquido precioso no perímetro entre o trevo, após o “bambuzal”, e o Santuário, na Folha 16. Na rotatória da Folha 27, foram contabilizados 14 veículos no que a reportagem do Correio chamou de “circuito das águas”.
Fora do trajeto oficial, um romeiro seguiu de joelhos pela Transmangueira, em um pedido silencioso pela unidade da Igreja. Outro romeiro, também de joelhos, foi avistado nas vias do entorno do Santuário. Entre homens e mulheres de fé, cada um demonstra sua devoção de um jeito particular.
Ainda que a romaria tenha chegado ao destino, o Círio permanece no coração do marabaense ao longo do domingo, pelo resto do ano e até a próxima edição. Porque a fé em Cristo e em Maria não se explica, se vive.