No próximo dia 07 de agosto, período em que Belém sedia a Cúpula da Amazônia – IV Reunião de Presidentes dos Estados Partes no Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), gestores da cultura, educação, meio ambiente, pesquisadores e especialistas em economia, urbanismo, participação e e sustentabilidade da Amazônia se reúnem na capital paraense para ampliar as discussões sobre o papel da cultura frente à crise climática, durante o I Fórum Internacional Cultura, Sustentabilidade e Cidadania Climática.
A iniciativa é do Consórcio Interestadual Amazônia Legal, por meio da Câmara Técnica de Cultura e Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e tem co-realização do Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura e apoio do Instituto de Proteção Ambiental da Amazônia (IPAM). O encontro é gratuito e ocorrerá no Teatro Estação Gasômetro, a partir das 8h. As inscrições iniciam nesta sexta-feira (21), e vão até o dia 06 de agosto pela plataforma Sympla.
O fórum tem como um dos principais objetivos relacionar as práticas e as experiências culturais ao desafio social mais contemporâneo: as mudanças climáticas e a inclusão produtiva de mais de 50 milhões de pessoas que vivem nos países da Pan-Amazônia. No encontro, também serão debatidas pautas como inovação produtiva e a cultura que forma uma mentalidade voltada para a sustentabilidade. Além disso, será debatida a cultura sobre uma perspectiva social e econômica, uma economia verde e solidária que possa dar visibilidade a saberes e práticas não só ancestrais, mas aquelas que surgem no cotidiano da cidade que formam essa região.
Leia mais:“Minha expectativa com relação à realização desse fórum é muito alta, na medida em que nós vamos apresentar um conjunto de experiências práticas e discussões do campo da cultura que devem ser vistas como uma oportunidade de transformar a região amazônica numa região menos desigual, numa região que representa a diversidade dos seus povos e uma uma discussão que também inclua o desafio urbano da inovação produtiva, da educação das novas gerações, de um conjunto de práticas sustentado por mulheres. Então, me parece profundamente oportuna esta inciativa do Fórum em apresentar um painel importante deste debate que busca sempre vincular cultura ao bem comum”, destaca Marta Porto, jornalista, crítica de cultura e uma das idealizadoras do Fórum.
Na programação estão confirmados nomes como Jorge Melguizo, ex-secretário de Cultura de Medellín, na Colômbia; Eugênio Pantoja, Diretor de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do IPAM; Marcelo Britto, Secretário Executivo do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal e Raimunda Monteiro, Secretaria Executiva do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência.
“A transição climática na Amazônia para um desenvolvimento de baixas emissões e alta inclusão socioeconômica requer a atuação integrada de todos os setores e segmentos da sociedade. Assim, o papel da Cultura se torna imprescindível, pois, junto com a educação, são pilares da construção de uma consciência e cidadania climática capazes de favorecer as mudanças estruturais necessárias. Eventos como o Fórum são estratégicos para esse processo é fundamental para a Amazônia”, destaca Eugênio Pantoja, Diretor de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do IPAM.
Para a Secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, o Fórum lança as bases para a construção de uma estratégia regional de longo prazo. “Queremos fortalecer a integração das políticas públicas de fomento à cultura na Amazônia, com foco na economia do conhecimento e na bioeconomia. E a formulação de sínteses que orientem programas voltados à capacitação de agentes culturais, em sintonia com a agenda ambiental e climática, é fundamental. Esse caminho nos abre um imenso portal de oportunidades para a cooperação internacional. É preciso adensar os compromissos das políticas culturais da Amazônia com a agenda do clima em grandes eventos, por exemplo. Pretendemos ainda iniciar a sistematização de um caderno de boas práticas voltadas para a sustentabilidade, descarbonização, educação ambiental e patrimonial e fomento à geração de renda, com inovação e tecnologia na área da cultura. Temos a chance de protagonizar um novo modelo de governança no desenvolvimento econômico da região e a cultura tem papel estratégico nessa missão, que é planetária”, afirma.
(Agência Pará)