Beber água, fazer sexo e comer um alimento gostoso. O que essas atividades têm em comum? Todas elas podem proporcionar que certas partes do cérebro liberem dopamina, um composto químico, como meio de fornecer feedback prazeroso a outras partes do órgão. Ou seja: a sensação de bem-estar e prazer após transar também pode aparecer depois de tomar água, promovendo a hidratação.
A descoberta foi feita por uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco, que analisou a produção de dopamina após a ingestão de água em camundongos sedentos. Os resultados revelaram que certa parte do cérebro liberou dopamina em resposta à hidratação.
O estudo
Os experimentos envolveram a restrição de água em camundongos sedentos que tiveram acesso ilimitado à água por cinco minutos, enquanto os pesquisadores monitoravam as ondas que vinham da área tegmental ventral (VTA) no cérebro, um meio de medir quanta dopamina está sendo produzida. Como esperado, os níveis de produção de dopamina aumentaram assim que os camundongos começaram a beber.
Então, 10 minutos depois, os níveis de dopamina aumentaram novamente, coincidindo com a quantidade de tempo que levou para a água que eles bebiam chegasse ao cérebro. O experimento foi repetido, mas, desta vez, os pesquisadores adicionaram sal à água. O segundo aumento na dopamina foi muito menor devido ao impacto desidratante do sal.
Dopamina ajudando nas escolhas
Como perceberam que o segundo aumento na dopamina foi menor, eles deram aos animais uma escolha de garrafas de água de cores diferentes, sendo as duas de água pura. Quando os camundongos provaram da segunda garrafa, os cientistas injetaram uma pequena quantidade de sal em seu intestino.
Após várias sessões de treinamento, os pesquisadores perceberam que os camundongos começaram a preferir a água que não estava associada a uma injeção de sal. Eles sugerem que isso indica que a produção de dopamina no VTA ajuda os camundongos a aprender qual líquido beber ou qual comida comer, para garantir que eles recebam água suficiente.
Observando que muitos animais aprenderam a determinar quais alimentos contêm mais água, os pesquisadores se perguntaram se havia um mecanismo de feedback no cérebro que os levasse a comer os alimentos que forneceriam mais água, levando a uma maior hidratação em seus cérebros.
(Fonte: Metrópoles)