Aos 26 anos e em sua estreia nos Jogos Olímpicos, Beatriz Souza conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil em Paris. A façanha veio carregada de simbolismo. Saiu pela mãos de uma mulher na primeira edição com mais atletas do sexo feminino na delegação brasileira. E no esporte que historicamente mais dá medalhas ao país: o judô. De quebra, Bia ainda se tornou a primeira brasileira debutante campeã olímpica em provas individuais.
Até chegar ao alto do pódio da categoria +78kg, Bia venceu quatro lutas. Na grande decisão, a brasileira superou a israelense Raz Hershko, número 2 do ranking mundial, por waza-ari. Ao fim da luta, caiu de joelhos no tatame, chorou e gritou em alto e bom som: “Eu sou campeã olímpica”.
– É inexplicável. É uma das melhores coisas do mundo. Eu consegui. Deu certo, mãe. Eu consegui. Eu consegui. Foi pela avó. É para a avó, mãe. Eu amo vocês mais do que tudo. Eu amo vocês. Obrigada – resumiu Bia Souza sobre a sensação de ser campeã olímpica.
Leia mais:O Brasil agora soma agora um ouro, três pratas e três bronzes na edição dos Jogos Olímpicos de Paris. É a terceira conquista do judô, se juntando à prata de Willian Lima e ao bronze de Larissa Pimenta. São 27 medalhas brasileiras na história da modalidade.
A brasileira entrou no tatame na quarta luta da sessão da tarde para enfrentar a número 1 do mundo e já começou pressionada pelo arbitragem. Em menos de 15 segundos de combate levou o primeiro shidô por “judô negativo”.
A punição serviu de alerta para Beatriz, que adotou uma postura mais agressiva no combate e conseguiu tirar Dicko da zona de conforto. O combate ficou igual em advertências após dois minutos, punida por falta de combatividade.
Souza chegou à vitória já no golden score. Derrubou a francesa de costas e imobilizou, forçando Romane a desistir do combate e garantindo uma medalha para o Brasil. A cor seria definida no duelo com a israelense Raz Hershko.
A decisão contra a israelense trazia um bom retrospecto para a Bia Souza: eram quatro confrontos entre elas com 100% de aproveitamento para a judoca brasileira.
O que se viu no tatame foi um panorama que explica tamanho domínio. Souza conseguiu controlar o combate segurando a manga direita da Raz ao longo de todo o combate e apostando em uma pegada alta nas costas.
Com um o-soto-guruma, derrubou a adversária de lado conquistando um waza-ari com 44 segundos de combate. Dali para frente, manteve o controle, se defendeu bem, levou dois shidô e garantiu o título olímpico na estreia em Olimpíadas.