Correio de Carajás

Barqueiros e rabeteiros de Marabá serão habilitados pela Marinha

Os rabeteiros e barqueiros estiveram no Instituto Casa da Criança Santa Rosa para levar os documentos necessários/ Fotos: Evangelista Rocha

Durante esta semana, aproximadamente 60 barqueiros e rabeteiros de Marabá estão sendo habilitados pela Marinha do Brasil, no Instituto Casa da Criança Santa Rosa, na Marabá Pioneira. Essa iniciativa surge em resposta a um problema de segurança durante o veraneio no município, onde em 2022 ocorreram 14 mortes por afogamento.

No ano seguinte, em 2023, a Marinha intensificou suas atividades de fiscalização, mesmo sem um posto local, resultando em multas para muitos profissionais por operarem embarcações sem habilitação.

O curso de habilitação ministrado pela Marinha visa qualificar aquaviários para conduzir embarcações em todo o território nacional, especialmente em áreas fluviais. Os requisitos mínimos incluem ter concluído pelo menos a 5ª série escolar e não possuir pendências judiciais, com a obrigação de apresentar certidão de antecedentes criminais.

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Ademar Dias, também conhecido como Ademar da Santa Rosa e presidente do Instituto Casa da Criança Santa Rosa, mostrou à reportagem deste CORREIO satisfação com a iniciativa. Ele relembra que no ano passado muitos barqueiros foram surpreendidos durante a fiscalização da Capitania dos Portos, gerando constrangimento.

“É muito importante ter mais profissionais habilitados, especialmente os rabeteiros, que enfrentam desafios para regularizar suas embarcações”, afirma.

Presidente do Instituto, Ademar Dias é barqueiro já habilitado desde 1995

O curso oferece 60 vagas para a primeira habilitação e 30 vagas para avanço de nível, equivalente a uma categoria “B” para “D”, permitindo o transporte de passageiros. Ademar também destaca a evolução da Capitania dos Portos e a necessidade de conscientização sobre a importância da habilitação para a segurança dos passageiros.

Maria do Carmo, uma rabeteira local, falou de sua experiência, enfatizando a necessidade de regularização para trabalhar de forma organizada e legal: “Só precisamos trazer os documentos necessários, incluindo comprovantes de escolaridade, residência, exame médico e taxa de inscrição. Sabemos que esses requisitos, embora exigentes, garantem a segurança e a legalidade do nosso ganha-pão”, reconhece.

A rabeteira Maria do Carmo esteve no Instituto para dar andamento em sua habilitação

A capacitação faz parte de um esforço mais amplo da Marinha para melhorar a segurança nas águas fluviais da região, especialmente diante dos crescentes desafios enfrentados pelos profissionais e da necessidade de conformidade com regulamentos atualizados. A expectativa é que essa iniciativa reduza os riscos de acidentes e promova um transporte fluvial mais seguro e regulamentado em Marabá. (Thays Araujo, com informações da Marinha)