Empreendedores de todos os portes e segmentos da região sudeste do Pará terão disponíveis R$ 1,5 bilhão de recursos financeiros oriundos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) do Banco da Amazônia para 2020, com o objetivo de fomentar a economia da região. A informação foi anunciada pelo presidente do banco, Valdecir José de Souza Tose, que está em Marabá desde ontem, quarta-feira, 12, reunindo-se com empresários, pecuaristas e funcionários de agências bancárias da região.
Ele lembrou que há três anos o Banco da Amazônia instalou uma superintendência em Marabá, dando relevância para a região e reforça as agências que mantém nas cidades do sul e sudeste do Pará. Ele explicou que toda a parte de análise de cadastro de financiamento está numa central que funciona em Palmas-TO, o que segundo ele dá celeridade ao processo de análise.
Segundo ele, em 2019, o Banco da Amazônia aplicou na região de Marabá mais de R$ 1 bilhão, o que representa 77% do volume de crédito no varejo apenas no sul e sudeste do Pará, enquanto para o Estado do Pará foram liberados, ao todo, R$ 2,6 bilhões. “Para 2020, nossa intenção é ampliar esse volume para R$ 1,5 bilhão. Aumentamos em mais da metade de um ano para o outro porque consideramos que esta é a região mais pujante do Pará, com maior potencial de crescimento e expressiva possibilidade de agregação de valor e de renda para a população”.
Leia mais:O presidente observou que as microempresas são, historicamente, rejeitadas pelo mercado financeiro de uma forma geral, justamente pelo risco de negócio. “Mas o Banco da Amazônia, por ser um banco de fomento e desenvolvimento – diferentemente dos bancos comerciais – preza sempre pelas micro e pequenas empresas. Estamos planejando, até o início de 2021, termos um aplicativo de crédito específico para esse público. Ela poderá fazer todas as operações dessa natureza pelo site do banco.
Ele também observou que o banco trabalha com o Amazônia Florescer, uma espécie de crédito solidário, adequado à realidade do empreendedor que está no estado da informalidade e que pode acessar linhas de crédito sem tanta burocracia e com taxa de juros mais baixas.
Sobre queixas de empresários de que o excesso de burocracia emperra muitas relações com o Banco da Amazônia, desde a abertura da conta ao processo de crédito, o presidente Valdecir Tose reconheceu que há burocracia demais, tanto que montou um grupo de trabalho para estudar como resolver esse dilema, mas mantendo os padrões que garantam segurança nas operações de crédito. “Mas às vezes, a burocracia que o empreendedor reclama são de órgãos não ligados ao banco.
Questionado sobre o fato de que a análise de crédito é feita em Palmas e não aqui na região, como muita gente reclama, ele garantiu que continuará sendo feita no Estado do Tocantins porque precisa ser feita sem paixão. “Estamos falando de dinheiro público e, às vezes, se a análise de crédito ocorrer aqui, a pessoa que faz esse serviço pode ser influenciada porque conhece esse ou aquele empreendedor”, justifica.
INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA
Tosi garante que o Banco da Amazônia tem investido maciçamente em tecnologia, mas reconhece que, como se trata de um banco de 77 anos de existência, há problemas neste segmento, principalmente porque houve problemas judiciais com um fornecedor, o que causou paralisação em investimentos. “Agora estamos avançando e quem tem conta no banco faz todo tipo de operação via mobile”, sintetiza.
ACIM EXALTA PARCERIA
Na visão do presidente da ACIM, Raimundo Nonato Araújo Júnior, a classe produtiva de Marabá fica alegre com o movimento de aproximação do Basa e de outras instituições financeiras com a entidade. Segundo ele, esta é a terceira vez que a Associação Comercial leva o Banco da Amazônia para dentro da entidade, exaltando o trabalho do superintendente-regional Vanderlei José Oliveira Santos.
Nonato Júnior disse que a entidade tem se reunido com seus associados e setor produtivo do comércio, indústria e serviços para incentivar o impulsionamento para que possam olhar para o mercado com o desejo de incrementar mais o seu negócio. “O capital financeiro para investir e ampliar um negócio é um fator premente. O Basa, como banco de fomento, se alinha com o setor produtivo e é subsidiado em relação à taxa de juros”, reconhece.
(Ulisses Pompeu)