Correio de Carajás

Autores fazem vaquinha para distribuição de livro infantil em escolas de Marabá

Adão e Samantha lançaram a obra em novembro e agora querem distribuí-la gratuitamente

Imagine um Curupira pulando das lendas para as páginas de um livro, com os pés invertidos e o coração carregado de sabedoria ancestral. Agora, visualize crianças e jovens em Marabá, fascinados por suas histórias, enquanto descobrem não apenas a força do mito, mas também o chamado urgente para proteger a Amazônia. É com essa mistura de fantasia, cultura e consciência ambiental que nasce Curupira Amazônico, uma obra tecida pelas mãos de Adão Almeida e Samantha Andrade.

Mas, como em várias e boas histórias, essa também precisa de heróis. E, neste caso, os heróis são aqueles dispostos a contribuir com uma vaquinha online para transformar o sonho em realidade. Desde o dia 6 de setembro, os autores buscam arrecadar R$ 5.000, valor destinado à impressão e distribuição do livro nas escolas públicas de Marabá. O prazo final é 31 de dezembro de 2024 – um conto com um tempo determinado para fazer diferença.

Link: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/publicacao-de-livro-samantha-andrade-de-araujo

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OBJETIVO

Lançado oficialmente no dia 8 de novembro na Biblioteca Pública Orlando Lima Lobato, na presença dos autores, Curupira Amazônico vai além de uma simples narrativa infantil. Logo nas primeiras páginas, Adão e Samantha escrevem uma mensagem que é quase uma invocação: “Quem se permite ler uma frase diariamente jamais será o mesmo. A leitura é uma arte que nos transforma, que nos faz reconhecer o mundo e abraçá-lo com mais entendimento.”

E abraçar o mundo é justamente o que essa obra propõe. Por meio do Curupira, os autores não apenas revisitam a figura mitológica, mas a vestem com os trajes da Amazônia. Um protetor dos seres vivos, um guardião da floresta, um lembrete de que preservar é também um ato de amor e pertencimento.

IDENTIDADE

Para Samantha Andrade, o impacto do livro vai além da conscientização ambiental. Ela vê no Curupira Amazônico uma ponte entre os jovens e suas raízes. “As lendas amazônicas são o patrimônio da nossa gente. Distribuir esses livros nas escolas não é apenas uma forma de ensinar, mas de fortalecer o orgulho pela nossa história, de conectar os alunos à riqueza cultural que os cerca”, reflete a autora.

A cada página, o livro se torna um mapa. Não um mapa qualquer, mas um que guia crianças e jovens para a descoberta de sua própria identidade, fortalecendo o vínculo com a cultura e a história local. Um mapa onde a imaginação percorre trilhas cercadas por árvores e rios, onde os olhos encontram a fauna e a flora que, no dia a dia, muitas vezes passam despercebidas.

NARRADORES

Adão Almeida, radicado em Marabá desde os anos 1980, carrega em si a alma do poeta e do cordelista. Com 15 obras publicadas e participações em antologias nacionais e internacionais, ele é um fazedor de cultura, um guardião das histórias de sua terra. Já Samantha Andrade, com sua paixão pela leitura que floresceu entre bibliotecas e livros, traz um olhar de quem acredita que cada parágrafo pode mudar o mundo – ou pelo menos o mundo de quem lê.

Eles uniram suas vozes para dar vida ao Curupira Amazônico, uma obra que não é apenas um livro, mas um chamado, uma celebração da cultura, da leitura e da Amazônia.

E, como em toda boa história, há um ponto de virada. A vaquinha é a chance de transformar palavras em ação, de levar o Curupira até as escolas e plantar, em cada aluno, a semente da leitura e da preservação. Porque salvar a floresta começa com a consciência, e essa nasce, muitas vezes, no coração de uma criança com um livro nas mãos.

(Thays Araujo)