Após ser vítima de uma facada durante campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG), o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) atingiu 30% das intenções de voto, segundo pesquisa BTG/FSB feita nos dias 8 e 9 e divulgada nesta segunda-feira (10). No levantamento, ele lidera a corrida eleitoral. Foram ouvidos 2 mil eleitores com idade a partir dos 16 anos, pelo telefone. O índice, que considera a consulta estimulada, representa um aumento de 4 pontos percentuais em relação à pesquisa do mesmo instituto feita anteriormente, entre 1º e 2 de setembro.
Na pesquisa espontânea (quando os nomes dos candidatos não são mostrados para os entrevistados), Bolsonaro tem 26%, ante 21% no levantamento anterior.
Quanto à rejeição (índice de eleitores que dizem não votar de jeito nenhum em determinado candidato), Bolsonaro manteve os 51% do levantamento anterior. Marina Silva (64%), Geraldo Alckmin (61%), Henrique Meirelles (52%) e Fernando Haddad (52%) têm rejeição maior. Ciro Gomes aparece com os mesmo 51%.
Leia mais:Ainda de acordo com o cenário estimulado, Ciro Gomes (PDT) segue em segundo lugar no ranking, com 12% das intenções de voto, seguido por Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT), com 8%. Os votos brancos/nulos chegam a 3%, e o percentual de entrevistados que afirmaram não votar em ninguém é de 13%.
Já no cenário espontâneo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve uma queda de 21% para 12% e, agora, ocupa o segundo lugar nas pesquisas. Ciro aparece com 7%, seguido por João Amoêdo (Novo), com 3% — empatado com Alckmin, Marina e Fernando Haddad (PT). Nesse cenário, 20% responderam que ainda não sabem em quem votar, e 13% disseram que não votariam em ninguém.
Voto definitivo
A pesquisa também questionou se o voto era definitivo, ou seja, se havia chance de mudar até outubro. Nesse sentido, Bolsonaro também é quem lidera a fidelidade do eleitor, com 78% de “certeza”. Em seguida, vem Haddad, com 68%.
Lula e Haddad
Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrar a candidatura de Lula ao Planalto, 20% dos eleitores do ex-presidente afirmaram que votariam em Haddad, caso o vice assuma a chapa. Outros 12% responderam que “poderiam votar”, e 63% disseram que “não votariam de jeito nenhum” no ex-prefeito de São Paulo.
Lei de Segurança Nacional
Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos, foi preso logo depois de ter esfaqueado o presidenciável durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Ele confessou o crime, foi indiciado e transferido neste sábado um presídio federal em Campo Grande (MS).
Pela Lei de Segurança Nacional, ele pode ser condenado a uma pena de três a dez anos de prisão. A legislação prevê ainda que, se a agressão resultar em lesão corporal grave, a pena pode ser até mesmo dobrada.
A lei hoje em vigor foi sancionada pelo último presidente militar João Batista Figueiredo (1979-1985), já num período de abertura política. Além de definir crimes contra a ordem política e social, a legislação atribui à Polícia Federal a responsabilidade por apurar quem desafia essa lei.
Mas a lei 7170/83 é a versão mais recente de uma legislação que ganhou forma em 1935, durante o governo do então presidente Getúlio Vargas, e foi sendo alterada por novas leis ou decretos presidenciais ao longo do tempo.
Durante o período dos governos militares (1964-1985), diferentes versões da Lei de Segurança Nacional foram usadas, principalmente, contra os que se opunham à ditadura.
Com o fim do regime militar, a legislação que prevê crimes que ameacem ou comprometam a soberania nacional, o regime democrático e os chefes dos Três Poderes continuou sendo aplicada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. (Fontes: Correio Braziliense e bbc.com)