Na manhã desta sexta-feira, dia 24, a Câmara Municipal de Marabá sediou uma audiência pública para discutir a criação de cursos superiores para o IFPA Campus Rural de Marabá. Do evento, participaram mais de 300 pessoas, entre professores, estudantes, representantes do Poder Público Municipal e da 4ª Unidade Regional de Educação (URE).
A abertura foi feita pela diretora de Extensão do IFPA Rural, Suzenny Rechene, que também atua como diretora geral substituta do Campus. Ela fez uma apresentação do cenário atual do campus do IFPA, que está sediado a 25 km da sede do município, com os cursos existentes, especialização e o quadro de professores e alunos.
A professora Shauna Nascimento lembrou que a missão do campus rural do IFPA em Marabá surgiu em 2007, como escola agrotécnica para efetivar formação dos sujeitos do campo, com produção de conhecimento para melhoria das condições de vida das famílias que vivem na zona rural. Atualmente, atende mais de 500 assentamentos da região com verticalização do ensino. “Ainda há desafios para consolidar o ensino médio integrado. Há dificuldades estruturais, com falta de água e energia no campus, mas temos certeza que vamos avançar”, disse.
Leia mais:Ricardo Pugliesi, secretário de Indústria, Comércio, Mineração e Tecnologia, representou o prefeito Tião Miranda no evento e reconheceu que a educação ofertada pelo IFPA Rural é bastante representativa para a comunidade. Lembrou que no passado, muitos estudantes de Marabá iam para outros centros estudar e ficavam por lá para trabalhar. “Nos últimos dez anos, houve muitos movimentos para fortalecer a educação superior e tornar Marabá uma cidade universitária, como é hoje. Neste dia em que o IFPA propõe novos cursos para a comunidade, a Prefeitura elogia e avalia que será de grande valia para o desenvolvimento técnico deste município. Nosso município ainda tem carência de curso de medicina veterinária e zootecnia, por exemplo, embora tenhamos um dos maiores rebanhos bovinos do País”, disse Pugliesi.
O secretário municipal avalia que o Centro de Convenções de Marabá, que será inaugurado daqui a poucas semanas, vai atrair feiras e outros eventos de várias áreas, inclusive tecnológica, e com isso muitas empresas poderão ser atraídas para Marabá. “A geração de vocês terá melhores oportunidades de acesso à educação do que os pais de vocês tiveram. Todos precisam se preparar para os novos desafios do mercado de trabalho”, disse o secretário.
O vereador Gilson Dias, representando a Câmara Municipal, disse que ele foi um dos que tiveram de sair de Marabá para cursar faculdade em outra cidade, na década de 1980. Disse que a audiência pública é um caminho que vai fortalecer a educação do IFPA Rural. “Entendo que os trabalhadores rurais estão buscando seu espaço e só através da educação vão conseguir fortalecer suas lutas”.
A professora Rosane Fernandes, representante da 4ª URE (Unidade Regional de Educação), avaliou que a realização da audiência pública é celebração dos direitos conquistados pelos movimentos sociais, que agora têm voz para ajudar a construir o processo educacional que atenda suas necessidades. Disse que há demanda de ensino médio em agroecologia para várias comunidades quilombolas e indígenas, no caso o povo Parakanã. “A formação de professores para atuar em segmentos específicos é nosso grande desafio na Seduc atualmente”, disse ela.
Taylor Fontenele, representante do Diretório Acadêmico da Unifesspa, disse que a discussão de novos cursos para o IFPA Rural é bem vinda. Ele questionou se os cursos propostos e que serão implementados terão planos pedagógicos voltados para atender a realidade da comunidade rural da região. “O projeto de educação que está em curso no Brasil, que trouxe o ensino médio integral, é a mesma política de educação que o Banco Mundial quer implantar no mundo inteiro. Ele não parte do povo, como deveria”, criticou.
Ronaldo Oliveira, aluno do ensino médio e presidente da União dos Estudantes de Marabá, considerou importante o diálogo para discutir com o povo as demandas acadêmicas para o futuro do IFPA Rural. Para ele, a comunidade rural está tendo novas oportunidades e certamente os cursos escolhidos vão oferecer vagas para estudantes que terminam ensino médio em toda a região sul e sudeste do Pará.
Poliana Soares, representante do MST, lembrou que a construção do IFPA partiu da pauta da classe trabalhadora do campo. Falou da importância do ensino médio oferecido pelo Instituto Federal de qualidade baseado na pedagogia da alternância e consegue dialogar permanentemente com os movimentos sociais. “A missão principal que o IFPA cumpre é o papel da formação daqueles e daquelas que lutaram pela implementação do instituto e dos filhos e filhas dos trabalhadores desta região”.
Ela sugeriu também que os cursos de Pedagogia e História para educadores que atendem escolas do campo não podem ficar de fora, porque eles contribuirão na formação de quem já está no campo. “Se os cursos não conseguirem dialogar com as demandas dos trabalhadores estarão desvirtuando seu propósito”, alfinetou.
Ao final do evento, professores apresentaram as características de cada um dos cursos que estavam em discussão no evento: Biologia, Zootecnia, Medicina Veterinária, Licenciatura em Matemática, Engenharia Agronômica, Licenciatura em Geografia, Pedagogia e História. (Ulisses Pompeu)
Na manhã desta sexta-feira, dia 24, a Câmara Municipal de Marabá sediou uma audiência pública para discutir a criação de cursos superiores para o IFPA Campus Rural de Marabá. Do evento, participaram mais de 300 pessoas, entre professores, estudantes, representantes do Poder Público Municipal e da 4ª Unidade Regional de Educação (URE).
A abertura foi feita pela diretora de Extensão do IFPA Rural, Suzenny Rechene, que também atua como diretora geral substituta do Campus. Ela fez uma apresentação do cenário atual do campus do IFPA, que está sediado a 25 km da sede do município, com os cursos existentes, especialização e o quadro de professores e alunos.
A professora Shauna Nascimento lembrou que a missão do campus rural do IFPA em Marabá surgiu em 2007, como escola agrotécnica para efetivar formação dos sujeitos do campo, com produção de conhecimento para melhoria das condições de vida das famílias que vivem na zona rural. Atualmente, atende mais de 500 assentamentos da região com verticalização do ensino. “Ainda há desafios para consolidar o ensino médio integrado. Há dificuldades estruturais, com falta de água e energia no campus, mas temos certeza que vamos avançar”, disse.
Ricardo Pugliesi, secretário de Indústria, Comércio, Mineração e Tecnologia, representou o prefeito Tião Miranda no evento e reconheceu que a educação ofertada pelo IFPA Rural é bastante representativa para a comunidade. Lembrou que no passado, muitos estudantes de Marabá iam para outros centros estudar e ficavam por lá para trabalhar. “Nos últimos dez anos, houve muitos movimentos para fortalecer a educação superior e tornar Marabá uma cidade universitária, como é hoje. Neste dia em que o IFPA propõe novos cursos para a comunidade, a Prefeitura elogia e avalia que será de grande valia para o desenvolvimento técnico deste município. Nosso município ainda tem carência de curso de medicina veterinária e zootecnia, por exemplo, embora tenhamos um dos maiores rebanhos bovinos do País”, disse Pugliesi.
O secretário municipal avalia que o Centro de Convenções de Marabá, que será inaugurado daqui a poucas semanas, vai atrair feiras e outros eventos de várias áreas, inclusive tecnológica, e com isso muitas empresas poderão ser atraídas para Marabá. “A geração de vocês terá melhores oportunidades de acesso à educação do que os pais de vocês tiveram. Todos precisam se preparar para os novos desafios do mercado de trabalho”, disse o secretário.
O vereador Gilson Dias, representando a Câmara Municipal, disse que ele foi um dos que tiveram de sair de Marabá para cursar faculdade em outra cidade, na década de 1980. Disse que a audiência pública é um caminho que vai fortalecer a educação do IFPA Rural. “Entendo que os trabalhadores rurais estão buscando seu espaço e só através da educação vão conseguir fortalecer suas lutas”.
A professora Rosane Fernandes, representante da 4ª URE (Unidade Regional de Educação), avaliou que a realização da audiência pública é celebração dos direitos conquistados pelos movimentos sociais, que agora têm voz para ajudar a construir o processo educacional que atenda suas necessidades. Disse que há demanda de ensino médio em agroecologia para várias comunidades quilombolas e indígenas, no caso o povo Parakanã. “A formação de professores para atuar em segmentos específicos é nosso grande desafio na Seduc atualmente”, disse ela.
Taylor Fontenele, representante do Diretório Acadêmico da Unifesspa, disse que a discussão de novos cursos para o IFPA Rural é bem vinda. Ele questionou se os cursos propostos e que serão implementados terão planos pedagógicos voltados para atender a realidade da comunidade rural da região. “O projeto de educação que está em curso no Brasil, que trouxe o ensino médio integral, é a mesma política de educação que o Banco Mundial quer implantar no mundo inteiro. Ele não parte do povo, como deveria”, criticou.
Ronaldo Oliveira, aluno do ensino médio e presidente da União dos Estudantes de Marabá, considerou importante o diálogo para discutir com o povo as demandas acadêmicas para o futuro do IFPA Rural. Para ele, a comunidade rural está tendo novas oportunidades e certamente os cursos escolhidos vão oferecer vagas para estudantes que terminam ensino médio em toda a região sul e sudeste do Pará.
Poliana Soares, representante do MST, lembrou que a construção do IFPA partiu da pauta da classe trabalhadora do campo. Falou da importância do ensino médio oferecido pelo Instituto Federal de qualidade baseado na pedagogia da alternância e consegue dialogar permanentemente com os movimentos sociais. “A missão principal que o IFPA cumpre é o papel da formação daqueles e daquelas que lutaram pela implementação do instituto e dos filhos e filhas dos trabalhadores desta região”.
Ela sugeriu também que os cursos de Pedagogia e História para educadores que atendem escolas do campo não podem ficar de fora, porque eles contribuirão na formação de quem já está no campo. “Se os cursos não conseguirem dialogar com as demandas dos trabalhadores estarão desvirtuando seu propósito”, alfinetou.
Ao final do evento, professores apresentaram as características de cada um dos cursos que estavam em discussão no evento: Biologia, Zootecnia, Medicina Veterinária, Licenciatura em Matemática, Engenharia Agronômica, Licenciatura em Geografia, Pedagogia e História. (Ulisses Pompeu)