Correio de Carajás

Leite de vaca é alergia alimentar mais comum em crianças com menos de 5 anos

Os principais cuidados ao introduzir um novo alimento na dieta da criança estão relacionados aos riscos de alergias. E, segundo um novo estudo, o leite de vaca deve receber atenção extra. Isso por que ele é o alimento que desencadeia a alergia alimentar mais comum em menores de 5 anos.

A equipe do Colégio Americano de Alergia, Asma e Imunologia (ACAAI) — associação profissional americana sediada em Illinois, Estados Unidos — chegou a essa conclusão depois de ouviur mais de 53 mil pais nos EUA, no período de um ano, de outubro de 2015 a setembro de 2016.

Eles descobriram que mais de 2% de todas as crianças americanas com menos de 5 anos têm alergia ao leite e mais da metade (53%) das crianças alérgicas a alimentos com menos de 1 ano têm alergia ao leite de vaca. “As crianças nos Estados Unidos passam os primeiros anos bebendo leite, por isso, é importante saber que muitas delas podem ser alérgicas”, explicou Christopher Warren, principal autor do estudo.

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“Nossas descobertas sugerem que, embora a alergia ao leite seja relativamente comum durante a infância, muitas crianças tendem a superá-la. Observamos que enquanto 53% dos bebês com menos de 1 ano têm alergia ao leite, o número cai para 41% de 1-2 anos de idade, 34% de 3-5 anos de idade e 15% dos 11-17 anos de idade”, complementou Warren.

Alergia ou intolerância?
“Existe uma confusão sobre o que é uma verdadeira alergia ao leite”, diz Ruchi Gupta, autor do estudo. “Uma criança pode ter uma intolerância à lactose que seus pais confundem com uma alergia ao leite. É importante que qualquer criança suspeita de ter alergia ao leite tenha o diagnóstico confirmado com um alergologista. Uma alergia alimentar de qualquer tipo pode ter um grande efeito em uma casa”, disse ele, refererindo-se aos custos dos alimentos e a qualidade de vida.

Quem tem alergia à proteína do leite de vaca (APLV), pode apresentar coceira, urticárias e inchaço. Segundo o pediatra Fábio Ancona, especialista em nutrição infantil (SP), a falta de diagnóstico preciso pode aumentar os riscos e, em casos extremos, até levar à morte por anafilaxia, que é a reação mais grave.

Já a intolerância à lactose “acontece quando o organismo não produz a quantidade ideal de lactase, enzima intestinal responsável por digerir a lactose, o que leva a reações como diarreia, vômito e assadura perianal”, explicou o pediatra Antonio Carlos Pastorino, chefe da Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança (SP).

Ainda de acordo com o estudo, apenas 26% das crianças alérgicas ao leite nos Estados Unidos têm uma prescrição atual de autoinjetor de epinefrina, usado no tratamento de reações alérgicas em crianças. É a menor taxa relatada entre as nove principais alergias alimentares. “Os pais precisam ter certeza de que têm um auto-injetor de epinefrina disponível e devem conversar com o alergologista de seu filho se tiverem alguma pergunta”, disse Gupta.

Além disso, os especialistas alertam que quando uma criança tem alergia ao leite, os pais devem receber aconselhamentos sobre como evitar o leite, mas também sobre o que significa cortar desnecessariamente os alimentos. Afinal, segundo eles, por que se livrar de nutrientes necessários?

(Fonte: Crescer)