Correio de Carajás

Ato silencioso ecoa grito pelo fim da violência obstétrica no HMI

O ato silencioso levantou cartazes pedindo o fim da violência obstétrica na maior maternidade da região

Movimentos sociais que lutam em defesa da mulher marabaense, reuniram-se em frente ao Hospital Materno Infantil (HMI), Rua Cinco de Abril (Núcleo Marabá Pioneira), em um protesto silencioso, mas que tinha muito a dizer. Dessa vez o ato ecoou um clamor pelo fim da violência obstétrica naquela casa de saúde.

O manifesto ocorreu em uma data simbólica, no sábado, 25, o “Dia Internacional de Não Violência Contra a Mulher”, momento em que foi realizado um pedido de justiça pelas vidas que já foram perdidas no HMI.

LUTA

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Ao invés de gritos de ordem, foram cartazes os responsáveis por ostentar as mensagens que estampavam um pedido dolorido: o fim da violência obstétrica contra mulheres e bebês.

“Aqui (HMI) a gente tem visto casos de mortes de crianças e mulheres. A violência obstétrica é muito grande e estamos insatisfeitas de observar que ela ainda continua e ver também que o próprio Ministério Público ainda está arquivando as denúncias”, reclama Rosalina Izoton, do Movimento de Mulheres Arco-Íris e Ouvidoria Popular Mulher Conte Comigo.

Ela ressalta que há casos de vítimas que não faleceram no hospital, mas saíram de lá adoecidas. “O que tá havendo aqui é uma coisa horrível, sempre aconteceu e parece que é normal. Mas não é e a cada dia a coisa tá pior. A luta não é só esse dia, mas o ano todo”, desabafa.

Denúncias sobre mal atendimento, falta de médicos e estrutura e ignorância de alguns profissionais são constantemente recebidas pelos movimentos, é o que revela Vera Lúcia Silva, ativista social. Fazendo coro a Rosalina, ela dá ênfase ao papel do poder público na apuração desses casos ao pedir que as denúncias não sejam arquivadas.

“A gente tá aqui clamando ao poder público melhorias para o HMI, justiça pelas mães e bebês que morreram aqui, de certa forma, por negligência médica”.

SILÊNCIO RESPEITOSO

“Nesse 25, que é o dia de protesto contra toda e qualquer forma de violência contra a mulher, nós marcamos aqui no HMI esse ato silencioso. A gente espera que ele reverbere na sociedade e na gestão”, pontuou Margarida Negreiros, do Movimento Articulação Feminista.

Ela explica que a quietude do ato é em respeito ao local, por ser um hospital. Mas frisa que há esperança de que a ação silenciosa grite no coração das pessoas.

Melhor atendimento, ampliação da estrutura da casa de saúde e sensibilização dos profissionais atuantes no HMI, são alguns dos pedidos do movimento, que toma para si a agonia de tantas mulheres que já sofreram violência obstétrica.

E em homenagem a todas as perdidas no local, o movimento colocou flores e velas pela calçada do HMI. (Luciana Araújo e Sarah Maria – TV Correio)