Correio de Carajás

Ativista marabaense é indicada a prêmio europeu por luta em defesa da Amazônia

Ativista marabaense é indicada a prêmio europeu por luta em defesa da Amazônia

Saiu nesta quinta-feira (19) a lista com os nomes dos indicados ao Prêmio Sakharov 2019 de direitos humanos, oferecido pelo Parlamento Europeu. E, na lista que contém nomes de peso como a ex-vereadora do PSOL Marielle Franco, o líder Caiapó Raoni e o ex-deputado Jean Wyllys, está também a ativista marabaense Claudelice Silva dos Santos, por sua luta em defesa da Amazônia.

“É uma honra estar ao lado de Marielle, Jean e Raoni. Os processos de lutas que traçamos por justiça, diretos básicos e meio ambiente ao longo de uma história marcada por violência e desigualdades, mostra a resistência dos povos e lideranças às imposições violentas do Estado e do grande capital”, diz a ativista, que é estudante de Direito da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).

O prêmio é uma homenagem a Andrei Sakharov, cientista soviético, para reconhecer os defensores dos direitos humanos e da liberdade de consciência. Desde 1988, o Parlamento premia a cifra de € 50.000 a associações e personalidades como aos já vencedores Nelson Mandela (1988) e Malala Youfsafzai (2013).

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Claudelice Santos é ativista em frentes relacionadas, principalmente, a visibilidades das problemáticas que comunidades tradicionais e povos sofrem com as imposições de degradação e de mortes. Ela ficou conhecida por ser voz em prol da Amazônia e na denúncia do assassinato de seu irmão e cunhada, Zé Cláudio e Maria do Espírito Santo, ambientalistas e agricultores extrativistas, que denunciavam grilagem de terras e desmatamento ilegal que ocorria no projeto de assentamento agroextrativista Praia Alta Piranheira, onde viviam.

“É essencial que a população entenda que essas violências não são isoladas. Elas estão bem mais próximas de nós e nos afeta muito mais que imaginamos. Por exemplo, as questões ambientais afetaram diretamente a maior cidade do país com queimadas neste ano e trouxe à tona a importância e emergência de se falar e agir mais sobre as mudanças climáticas. Esse ano ficou muito mais evidente o que nós, defensores e também os cientistas do meio ambiente, denunciamos há décadas”, conclui a ativista.

A apresentação oficial dos candidatos será dia 30 de setembro, durante uma reunião das comissões de Relações Exteriores, do Desenvolvimento e da subcomissão dos direitos humanos. O vencedor será revelado dia 24 de outubro. (Laranna Catalão)