Foi decretada previsão preventiva de Ivaldo da Silva Santos, suspeito de participação no assassinato do policial federal Ramon Santos Costa. A detenção aconteceu na tarde de sexta-feira (29), na casa de Ivaldo. O mandado foi expedido pela Vara Única de Goianésia do Pará e cumprido no mesmo dia por equipes das Polícias Federal e Civil.
Antônio Araújo, advogado de Ivaldo, afirmou ao Correio de Carajás que o cliente não tem envolvimento com o crime. A versão dele é de que houve um mal-entendido durante as investigações do caso. Segundo Antônio, a polícia encontrou no aparelho celular de um dos envolvidos no crime, mensagens trocadas com o assessor.
A defesa alega que as mensagens não têm nenhuma ligação com o ocorrido. E completa afirmando que Ivaldo – que faz parte de movimentos sociais na cidade, atuando em ocupações próximas a Parauapebas – não possui histórico de atividades ilícitas.
Leia mais:Durante conversa com o advogado na manhã de sábado (30), Ivaldo confirma que dialogou com um dos suspeitos. Ele diz que essa troca não tinha nenhum teor criminoso e nem havia nada intimista, ou que levasse a crer que entre eles houvesse algo sendo planejado. Não se sabe ainda a identidade da outra pessoa, somente que é um dos suspeitos envolvidos no crime.
“Geralmente, a polícia, quando encontra alguma situação, tenta ir a fundo para descobrir. Como encontrou as mensagens no celular, ela prende a pessoa para tentar descobrir mais coisas”, argumenta.
Completa explicando que uma ordem judicial vem da necessidade que a justiça tem de apurar melhor a situação, sendo uma ação que visa pressionar o suspeito ao prendê-lo, para que dessa forma ele revele algo que possa contribuir as investigações. Segundo alegações do advogado, Ivaldo não tem nada a contribuir à investigação. “Sua relação com a pessoa envolvida no assassinato foi de cerca de um mês e meio, com conversas esporádicas”, finaliza.
O advogado será habilitado ao processo nesta semana. Até então a investigação corre em segredo de justiça.
RELEMBRE O CASO
Em outubro de 2021, Ramon Santos Costa, policial federal, foi morto durante um assalto realizado em um ônibus de uma empresa interestadual. A vítima era lotada em Belém.
A cerca de 35 quilômetros da cidade de Goianésia do Pará, o transporte foi interceptado por três homens armados. O policial federal reagiu ao assalto e atirou em um dos assaltantes. Outro integrante do trio disparou contra ele, que morreu ao chegar no Hospital Municipal de Jacundá. (Luciana Araújo)