O Tribunal do Júri, realizado nesta quinta-feira (26), no Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes, em Marabá, condenou Elias Alves da Silva, conhecido como “Negão”, a 21 anos, 9 meses e 10 dias de prisão pelo crime de homicídio qualificado, motivado por futilidade e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, Antônio Eildon Guimarães, o “Ceará”, que, na época, tinha 60 anos. O comerciante foi assassinado com golpes de faca na região da axila. Mesmo levado ao hospital, não resistiu aos ferimentos.
Exatos dois anos e nove meses após o crime, Elias Alves foi julgado e condenado. A acusação, conduzida pelo Ministério Público do Pará (MPPA), foi representada pela promotora Cristine Magella Corrêa Lima. A sessão foi presidida pela juíza Alessandra Rocha da Silva Souza, e a defesa foi feita pelos advogados Hugo Ferreira dos Santos e Igor Lopes Ferreira.
Apesar dos advogados argumentarem que Elias não poderia ser condenado por falta de provas, alegando legítima defesa e, subsidiariamente, lesão corporal seguida de morte, os jurados não aceitaram essas teses e entenderam que ele era culpado.
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CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME
Na leitura da sentença, a juíza Alessandra Rocha destacou as circunstâncias do crime. “São desfavoráveis, o autor agiu de maneira aparentemente normal com a vítima”, explica. “Ele se utilizou de um pedido de bebida para golpear a vítima, que estava desarmada, e ceifou sua vida”, conclui, enfatizando que o comerciante não contribuiu para o delito.
A pena foi aumentada em 1/3 devido ao agravante do crime cometido contra uma pessoa com mais de 60 anos, pena a ser cumprida em regime fechado.
RELEMBRE O CASO
O comerciante Antônio Eildon Guimarães, conhecido como “Ceará”, de 60 anos, foi morto a golpes de faca dentro do próprio comércio, localizado no Bairro São Félix I, em Marabá. O homicídio ocorreu em 21 de dezembro de 2021. Ele chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Municipal de Marabá (HMM), mas faleceu horas depois.
O acusado, Elias Alves da Silva, conhecido como “Negão”, fugiu do local, mas a moto foi recuperada pela Polícia Militar e apresentada na delegacia de Polícia Civil. O paralama dianteiro da motocicleta apresentava manchas de sangue. O veículo foi encontrado abandonado na estrada que liga Morada Nova a Murumuru, a cerca de 15 quilômetros do local do crime.
Elias foi preso pela Polícia Civil, na cidade de Primavera do Leste, município do Mato Grosso. Um mandado de prisão foi emitido após seu indiciamento como autor do homicídio em Marabá. Na época, ele era mototaxista clandestino.
Após a condenação, Elias foi levado para o sistema penitenciário, onde cumprirá a pena imposta.
(Milla Andrade e Chagas Filho)