Clichês sempre usados após uma eleição, como “desmontar palanques e baixar as armas”, nunca foram tão necessários como agora.
Não é preciso ser nenhum cientista político para dizer que o Brasil está dividido. Os números provam isso desde 2014. Mas é preciso compreender o porquê dessa cisão, entender por que o Brasil se tornou o País do “Nós contra eles”. Isso é fundamental.
É preciso ir na profundidade, para tentar descobrir as raízes desses “dois brasis”, ao invés de ficar apenas na superfície. Só assim, o brasileiro será capaz de extrair lições valiosas de todo esse contexto em que estamos inseridos.
Leia mais:Os que votaram no candidato vencedor precisam compreender que Lula tem a missão de governar essa família desunida e precisará fazer pequenas concessões todos os dias e grandes concessões de vez em quando.
Não será um governo para a esquerda; será um governo para o País. Do contrário, o Brasil naufragará. Mas Lula sabe disso mais do que a maioria de seus eleitores. Prova disso foi a escolha de seu vice (Alckmin) a contragosto de grande parte da militância da esquerda.
Digo mais: todos nós brasileiros precisamos ser críticos com o novo governo; cobrar políticas de geração de emprego e de segurança alimentar para quem está na fila do osso. Essa tem que ser a primeira missão… para ontem.
Aos que votaram no candidato derrotado, é preciso digerir a derrota nas urnas, rapidamente, e cobrar, mais do que nunca, um governo digno, para todos, pois, queiram ou não, Lula será o presidente de uma nação inteira.
Aos que ainda não aceitaram a derrota, ou insistem em falar de fraude nas urnas, ou deliram com um golpe militar, é preciso amadurecer e compreender que na vida adulta nem sempre as coisas acontecem como a gente quer.
Observação: As opiniões contidas nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do CORREIO DE CARAJÁS.