Correio de Carajás

Arroz com chumbinho: polícia apura se suspeito fingiu passar mal

Peritos encontraram terbufós na comida, substância altamente tóxica usada ilegalmente para matar ratos. Francisco de Assis Pereira da Costa está preso e nega crime.

Laudo confirma envenenamento em almoço de família no PI — Foto: Reprodução/TV Globo

Cinco pessoas da mesma família morreram após terem comido arroz envenenado no almoço do dia 1º de janeiro.

O Instituto Médico Legal (IML) apontou que a comida estava contaminada com terbufós, um agrotóxico usado de forma ilegal como chumbinho, veneno de rato.

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O principal suspeito é Francisco de Assis Pereira da Costa, que está preso. Ele é padrasto de Francisca Maria da Silva e de Manoel Leandro da Silva, que morreram. As outras três vítimas do arroz envenenado são filhos de Francisca Maria.

As investigações indicam que o baião foi servido primeiro no dia 31, na noite do réveillon. No almoço do dia 1º, por ordem de Francisco, o prato foi requentado e servido novamente.

Segundo o delegado Abimael Silva, da Polícia Civil do Piauí, o suspeito deu pelo menos três versões diferentes sobre os acontecimentos.

Francisco nega ter envenenado a família, mas admitiu à polícia que sentia desprezo pelos filhos de Francisca Maria. “Chamava-os de ‘primatas’, pessoas não higiênicas, pessoas com quem ele não queria conviver, mas suportava”, afirma o delegado.

O suspeito chegou a ser internado junto com os familiares após o almoço, mas saiu no mesmo dia. A polícia acredita que ele fingiu ter passado mal.

Outras duas mortes

 

Francisco também é investigado pelas mortes dos irmãos Ulisses Gabriel e João Miguel Silva, filhos de Francisca Maria da Silva. Os meninos morreram no ano passado, e exames indicaram a presença de terbufós no organismo deles, o mesmo veneno colocado no baião de dois.

A vizinha Lucélia Maria da Conceição Silva foi acusada de envenenar as crianças, ficou cinco meses presa, sofreu ameaças e teve a casa destruída por moradores da região. Em janeiro, ela deixou a cadeia após um novo laudo afastar a possibilidade de que tenha sido a responsável pelo envenenamento.

Veja abaixo a cronologia do caso:

Cronologia do arroz envenenado — Foto: g1

Cronologia do arroz envenenado — Foto: g1

Família "da Silva" - arroz envenenado — Foto: g1
Família “da Silva” – arroz envenenado — Foto: g1

(Fonte:G1)